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Inflação voltou: 10 atitudes para minimizar os impactos

Reinaldo Domingos (*) | 20/05/2022 08:30

Quando o tema é inflação, os impactos sempre serão avassaladores e prejudiciais para a economia como um todo, independentemente de quem tem dinheiro ou não, de quem pede emprestado e também das pessoas que investem.

É simples, quando pegamos dinheiro emprestado, pagamos juros e os impactos da inflação são ainda maiores, mas mesmo quando se aplica o dinheiro nas instituições financeiras, que por sua vez ficam devendo para os investidores, mas mesmo com os juros a inflação faz com que se perca dinheiro.

Assim, é preciso aprender a verdadeira 'ciranda financeira' que existe na vida das pessoas. O primeiro ponto a se ter em mente é que, sempre onde alguém ganha, outra pessoa está perdendo. Portanto, é preciso aprende e fortalecer o conhecimento sobre o comportamento financeiro, usando o dinheiro de forma inteligente e com educação financeira.

Mas, voltando à inflação, ela faz com que o dinheiro perca seu valor, e quando isso ocorre, todos perdem em um determinado ponto, já que se perde de forma contínua o poder de compra de produtos e serviços, o que chamamos de perda do poder aquisitivo.

Como o Brasil é um país consumista, as pessoas são provocadas de forma agressiva a comprar, até este ponto nada errado. O problema é que não existe paralelamente hábitos de guardar parte do dinheiro que se movimenta no dia a dia, e tão pouco de criar reserva financeiras.

Hoje a grande maioria das pessoas, ao serem perguntadas sobre como está a saúde financeira e como se manteria se perdesse sua renda mensal, responderia que a situação é complicada e que não conseguiriam se manter por mais de três meses. Comprovando uma fragilidade da sustentabilidade financeira das pessoas e famílias brasileiras.

Mas, qual a relação da inflação com isso? Tudo, trata-se de um processo que sempre esteve camuflado nas finanças familiares, mas que corrói o poder de compras e leva ao endividamento sem critério, com isso as pessoas 'quebram', ficam com os nomes negativos, ou sujos, como se diz comumente. É simples entender, porém, difícil de combater.

Assim, quanto mais o tempo passa, mais pobre nossa sociedade vai se tornando e vão acontecendo falsas soluções que combatem o efeito e não a causa desse problema, como é o caso da Lei do Superendividamento. O correto seria a implementação da educação financeira comportamental.

Mas, a grande questão é que as ações educacionais não são de curto prazo. Mas existem ações práticas que podem amenizar essa situação. É preciso entender que o governo não tem a solução de forma isolada, a população tem que fazer a contrapartida para combater o desequilíbrio financeiro. Para auxiliar você nessa empreitada, veja dez atitudes que podem ser tomadas:

Primeiro passo é se motivar para mudar. Não adianta reclamar e sim assumir um novo modelo mental para controlar as finanças. É preciso tomar atitudes no que for necessário;

Busque por um novo padrão de vida. Trata-se de adequar o ganho atual aos gastos cotidianos. Não se pode fugir da realidade, independente de conseguir novos ganhos;

Encontre os excessos de gastos e desperdícios e decrete uma 'guerra' contra esses pontos que podem somar até 50% dos gastos. Não subestime essa informação, excessos existem e estão em todos os lugares;

Nas compras, trocar de marcas, quantidades e volume, não se prender a embalagens bonitas. Tudo deve ser revisto, muitas vezes a solução está em pequenas ações, que fazem as mudanças necessárias;

Envolva a família, essa é uma atitude imprescindível, no começo pode ser um problema convencê-los a entrar nesse jogo, mas depois isso se tornará mais simples, é preciso reuniões e depois colocar em prática o definido;

Busque por novas rendas, muitas vezes o caminho é buscar por novos ganhos, ousar, empreender. Muitas pessoas possuem habilidades que podem colocar em prática para ganhos, mas não fazem;

Adote novos hábitos, como, por exemplo, usar o transporte público, aplicativos, até mesmo bicicleta ao invés do carro próprio. Muitas vezes ao rever esses hábitos terá outros tipos de recompensa;

Reveja também custos que terá durante o ano, que podem ser cortados ou reduzidos. Exemplos são os relacionados a festas de aniversário ou datas comemorativas;

Crie uma reserva financeira estratégica, essas servem para trazer a tranquilidade financeira. É como a caixa d´água de nossa casa, sempre deverá estar cheia, caso contrário se poderá enfrentar as consequências;

Se preocupe com o dia que se trocará o ganho ativo pelo ganho passivo, é preciso pensar em uma aposentadoria sustentável. Infelizmente cada vez fica mais claro que o Governo não terá condições de sustentar as aposentadorias de todos os brasileiros.

É importante ter em mente que a inflação sempre existirá, por isso é fundamental a capacitação para enfrentá-la. Não se pode ficar reféns dessa situação, da falta de conhecimento da educação comportamental financeira. É fundamental buscar conhecimento para criar uma sociedade saudável e sustentável financeiramente.

(*) Reinaldo Domingos está é PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN).

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