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Inovação ao alcance de todos

Por Walter Roque Gonçalves (*) | 29/02/2016 17:07

Os professores Me. Danillo Xavier Soares e Me. Ricardo Azenha L. Albuquerque no livro Gestão da Inovação e Tecnologia definem a inovação como “fazer algo novo, diferente dos padrões anteriores (...) mudar a forma de pensar, agir, trabalhar, percebendo e identificando possíveis oportunidades de negócio ou de melhoria para algo que já esteja em andamento. ”

No filme “Walt antes do Mickey”, é retratada a vida de Walter Elias Disney ou simplesmente Walt Disney, antes da conquista de um dos maiores impérios do mundo do entretenimento.É impressionante como Disney lidava com suas limitações e falhas.O mesmo identificava suas fragilidades e não hesitava em aprender com elas.Considerava-se um “péssimo” administrador e chegou a declarar que nunca fez um desenho que realmente gostasse, por isto pediu para que o seu irmão Roy O. Disney o ajudasse com a administração e cercou-se de desenhistas talentosos.

Disney não poupou esforços para inovar, melhorar,inventar e reinventar técnicas de desenhos, equipamentos como a câmera multiplano e até mesmo métodos para o trabalho em equipe. Há relatos que Walt Disney incentivava seus desenhistas a melhorarem constantemente.Oobjetivo era fazer as pessoas rirem, então, os colaboradores inovavam, a partir do roteiro original.

E, não é apenas em empresas de criação que a inovação tem em sua base a valorização dos colaboradores!

Em meados de 1930 foi encomendado uma pesquisa para aumento de produtividade em uma fábrica de peças de telefones, a Western Electric Company.Esperava-se que o aumento da iluminação refletisse positivamente na produção.

Uma das conclusões mais surpreendentes foi de que a atenção concedida aos colaboradores e, o espaço para opinarem foi mais determinante no aumento de produtividade do que a iluminação isoladamente.Como comprovado em outro estudo, do professor e psicólogo norte-americano Frederick Irving Herzberg, a iluminação, neste caso, realmente é importante, da mesma forma que outros fatores como o salário, plano de carreira, política da empresa, regulamento interno, entre outros.

A falta destes fatores pode gerar insatisfação,entretanto, quando presentes,não garantem o engajamento dos funcionários.Por outro lado, Herzberg também fala desses fatores intrínsecos, mais subjetivos, que geram a motivação.Entre eles está este tipo de atenção entregue aos trabalhadores da WesternElectricque geraram comprometimento e produtividade à fábrica.

Portanto, pode-se afirmar que a inovação não é própriade grandes empresas e seus departamentos de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Éalgo que está ao alcance de todos, pode ser incorporado ao comportamento, a postura profissional e virar um bom hábito.

À medida que a postura inovadora é transferida à profissão, soluções surgem naturalmente para que haja redução de desperdícios, de custos,de retrabalho, de falhas de comunicação,na motivação da equipe, na fidelização de clientes, no lançamento de produtos.

Com disposição e força de vontade, inovar pode ser mais simples do que se imagina!

(*) Walter Roque Gonçalves é consultor de empresas, professor executivo e colunista da FGV/ABS (Fundação Getúlio Vargas/América Business School) de Presidente Prudente (SP).

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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