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Odontogeriatria: atenção à saúde bucal da pessoa idosa

Por Otávio Nóbrega e Alexandre Miranda (*) | 25/10/2023 09:30

O dia 25 de outubro é dedicado a homenagear os cirurgiões-dentistas brasileiros e a alertar para a importância dos cuidados com a saúde da boca, a fim de se evitar doenças que podem não só afetar os dentes e boca, mas também outras partes do corpo. É fato que o Dia Mundial do Dentista é comemorado em 3 de outubro, mas o dia 25 de outubro foi instituído no Brasil por conta de ter sido assinado, em 1884, o decreto que criou os primeiros cursos de graduação de Odontologia no Brasil, sobretudo no Rio de Janeiro e na Bahia. Ademais, uma portaria do Conselho Federal de Odontologia tornou a data oficial para a comemoração do Dia do Dentista Brasileiro.

A saúde da boca interfere diretamente na saúde física e mental, assim como na qualidade de vida geral de qualquer pessoa, mas, em especial, na pessoa idosa. Diante de uma realidade brasileira ainda marcada pela perda total ou parcial dos dentes permanentes que ocorre por eventos mutilatórios ao longo da vida (edentulismo) e por tratamentos odontológicos que buscam sobretudo a recuperação de uma saúde oral perdida, ações educativas e de prevenção à perda de elementos dentários e de estruturas gengivais são primordiais para uma vida plena e saudável, e uma boa função mastigatória com o envelhecimento.

Para se ter uma ideia de como o envelhecimento demográfico se processa no Brasil, já é realidade desde 2010 que temos mais pessoas acima dos 60 anos que crianças até cinco anos de idade, com expectativa de que atinjamos mais idosos que todo o contingente infanto-juvenil e adolescente (ou seja, até 20 anos de idade) antes de 2050. Assim, as especialidades que se dedicam ao público idoso se tornarão cada vez mais demandadas, e a Odontogeriatria não será exceção.

A pessoa idosa que mantém mucosa oral e dentes preservados apresenta uma capacidade mastigatória efetiva, assim como uma absorção dos alimentos bem melhores, além de ter a parte estética e o convívio social favorecidos. Neste contexto, não podemos esquecer dos cuidados orais com os idosos acamados e fragilizados, seja em domicílio ou em setores hospitalares, que devem ser priorizados, pois minimizam efeitos associados a infecções sistêmicas, com ênfase para as condições pulmonares. Os cuidados orais em idosos em tratamento para o câncer e cuidados paliativos são primordiais para a excelência na assistência e para a dignidade que queremos preservar.

(*) Otávio de Toledo Nóbrega é professor associado da Universidade de Brasília, especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

(*) Alexandre Franco Miranda é professor do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da UCB-DF (Universidade Católica de Brasília)

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