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Para estrategistas e gestores de olho no futuro

Por Coriolano Xavier (*) | 25/02/2020 13:11

Vivemos uma época de acentuada volatilidade nos mercados e tecnologias do agronegócio. Tudo que é sólido desmancha no ar e isso nos leva à questão da resiliência, um conceito que está na ordem do dia entre estrategistas e gestores de negócios. Sem resiliência não há salvação, diriam os mais afoitos, diante inquietude do nosso tempo.

Primeiro, vamos ensaiar uma definição de resiliência, para falarmos todos de uma mesma coisa: é a capacidade própria de um sistema para resistir a choques inesperados, reparar-se quando necessário e prosperar quando as condições forem adequadas. O pressuposto da resiliência é que, sim, as falhas acontecem, mas é possível projetar sistemas que podem rapidamente se recuperar dos fracassos.

A resiliência seria fator chave para organizações, produtos e processos conseguirem manter uma certa estabilidade. Aplicando-se ao setor de alimentação e agricultura, esse conceito remete à capacidade das nossas cadeias alimentares - tecnologias, sistemas de produção e indústria - para continuar a fornecer alimentos para o mundo, mesmo diante de impactos mais radicais, sem precedentes, no campo ambiental e econômico.

Em um mundo em rápida mudança, portanto, a nossa capacidade de articular sistemas alimentares resilientes será essencial, não só para as nossas organizações, mas para o crescimento econômico e bem estar humano. É comum se falar que sete princípios estão na raiz da resiliência. Como se fossem sete características ou atitudes de gestão e liderança.

FLEXIBILIDADE: Esteja sempre pronto para mudar seus planos, quando eles não estiverem funcionando como você esperava. Não alimente a esperança (ou certeza) de que as coisas vão se estabilizar.

DESCENTRALIZAÇÃO: Sistemas centralizados parecem fortes, criam uma certa percepção de invulnerabilidade. Mas quando eles falham, em geral o fracasso é bem mais catastrófico.

COLABORAÇÃO: Tire proveito farto da integração tecnológica, especialmente com parceiros que oferecem informação compartilhada. Isso acelera o tempo, multiplica recursos e aumenta conhecimentos.

TRANSPARÊNCIA: Não esconda seus sistemas; em geral, com transparência é mais fácil descobrir onde os problemas podem estar. Compartilhe seus planos e preparativos e ouça quando as pessoas apontam falhas.

DIVERSIDADE: Não acredite em um único tipo de solução para desafios ou novas situações.

VIGILÂNCIA: Falhas ou fracassos acontecem, é claro. Mas certifique-se, sempre, de que o DNA de uma situação dessas não seja sinal de que as coisas podem desandar.

PREVIDÊNCIA: Você não pode prever o futuro, mas pode ouvir seus passos se aproximando. Antecipar situações e se preparar para elas é vital.

Apesar desses princípios, que fique claro que resiliência é um assunto complexo e difícil de implementar. Requer comportamentos que contrariam expectativas, ou são vistos como contrários ao que está funcionando -- mesmo quando o que funciona é propenso a falhas. Parece ironia, mas resiliência exige vontade resiliente.

(*) Coriolano Xavier é professor e coordenador adjunto do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing, Diretor Geral da MCA – Marketing e Comunicação.

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