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Por que essa Câmara Municipal de Campo Grande deve mudar?

Por Porto Vanderlei (*) | 23/09/2016 10:22

O vereador, não obstante os demais parlamentares, é significativamente importante porque se trata daquele mais próximo do seu eleitor e da sociedade. Ele está na igreja, no barzinho, na praça pública, na escola e, ao sair da sua residência ou atravessar a rua, está sempre se “esbarrando” contra alguém.

Isso significa dizer que ele, além de ser público, está permanentemente exposto desde a hora que sai e chega a sua morada, razão pela qual, a cobrança da sua dignidade e do seu comprometimento ocorrerá em todo o tempo de forma direta ou indireta.

Também significa que, enquanto homem público, ele dever estar acima de qualquer suspeita, já que o seu eleitor lhe depositou um voto de confiança para dignamente representá-lo. Todavia, o simples fato de estar sob a suspeição, esse vereador traiu a confiança daquele que o elegeu e, se não bastasse isso, faltou com a responsabilidade aos demais, logo, ele é um traidor.

Como confiar ou acreditar na composição dessa Câmara Municipal face aos seguintes fatos noticiados: nove vereadores, um ex-vereador foram alvos de operação policial sob a suspeita de corrupção, conforme divulgado pela mídia local, inclusive circunstância que concorreu com o cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão?

A este respeito, a mídia local foi implacável e atenta, pois, na missão de noticiar fatos pertinentes, provocou o leitor/expectador a tomar conhecimento do caráter político de cada vereador dessa Câmara e, na forma sublinear, ela convocou a sociedade vislumbrar a disposição, os fatos e atos desses atores parlamentares, daí, se eles entenderem bem, concluírem na urna.

Esta Câmara Municipal deve mudar, na totalidade ou em parte, por conta de que certa quantidade dos seus vereadores é suspeita e outra é corporativa e/ou conivente, isto porque todos eles limitaram seus mandatos a apontar erros; porque todos se mostram ainda incapazes de processar resoluções pacíficas dos conflitos ora entre si, ora entre outrem, ora entre segmentos sociais, enfim, porque sua grande marca política foi mostrar, até agora, a desprezível representação política.

Recentemente -, 06/09/2016-, a mídia local divulgou que certo vereador reconhece que até o fim da campanha eleitoral, o tempo de sessão será mais curto; outro pontuou que colegas chegam uns mais cedo outros mais tarde, mas não deixam de comparecer; e, segundo mais outro, os parlamentares acordaram reduzir o tempo de trabalho na sessão para sobrar mais à campanha.

Ora, a supressão do tempo de labuta da representação popular significa ganhar sem cumprir o devido horário de trabalho. Assim, convencionar em benefício próprio essa alteração, no mínimo, revela falta de responsabilidade com aquele que paga sua remuneração (o povo), já que eles são pagos para isso, então que cumpram com sua obrigação junto ao seu patrão, isto é, aquele que paga os impostos fonte daquela remuneração.

Mais ainda, essa presente Câmara, na sua totalidade ou talvez parte, deve mudar porque além de não mostrar para o que veio, constituiu-se num problema de representação moral e politicamente num insucesso, já que parte traiu, parte foi conivente, todos ou sua maioria ganham a remuneração integral e reduzem a jornada de trabalho. Portanto, caso ela volte, ameaçará a estabilidade moral do sistema político parlamentar de Campo Grande.

Face aos argumentos postos, alguém poderia questionar com suas razões se uma nova Câmara haveria de garantir essa estabilidade. Em tese, não se pode afirmar que a mudança altere o comportamento do Parlamento, uma vez que a figura do político se desmoralizou por si mesma. Entretanto, tal ocorrência poderia criar uma expectativa de oportunidade uma vez que a atual criou uma ameaça à moralidade, à dignidade e à representação.

Neste sentido, apontamos alguns questionamentos possíveis dum eleitor mais atento: qual o resultado positivo, qual o custo/benefício e qual a metodologia de implementação desse mandato que pouco a pouco se extingue melancolicamente?

Nesta linha de compreensão, é possível concluir que o propósito e o resultado do trabalho desses vereadores já está em má situação pela falta de impacto político e pela constante exposição negativa imposta pelo noticiário local. Eles não encorajam o eleitor acreditar nas suas condições políticas parlamentares para mais uma vez retornem à condição de edis.

A campanha eleitoral, neste momento, é inteiramente favorável para iniciar uma renovação nessa Câmara Municipal. Ela é capazes de mexer com a autoestima do eleitor indiferente e promover um debate qualitativo entre o eleitor responsável.

Finalmente, esta Câmara Municipal de Campo Grande dever mudar, na sua totalidade ou no máximo possível, porque tal qual uma ópera bufa ou um cantor pífio se apresentou ao público pagante, isto é, ao contribuinte na forma mais insignificante e patética que se possa conceber.

(*) Porto Vanderlei é advogado e profissional de Educação Física

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