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Cidades

“Sobras” de contratos superfaturados e até salários eram desviados, diz Gaeco

Força-tarefa prende "ex-supersecretária" do governo Ruso no Rio de Janeiro; prefeito afastado também está preso

Anahi Zurutuza | 25/02/2019 11:14
Equipe do Gaeco chega ao MPMS de Corumbá com malote contendo material apreendido (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Equipe do Gaeco chega ao MPMS de Corumbá com malote contendo material apreendido (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Dinheiro das “sobras” de contratos superfaturados, firmados com a Prefeitura de Ladário por meio de dispensa ilegal de licitação, e também parte dos salários dos servidores, contratados via fraude em processos seletivos, eram repassados a gestores do município.

A informação foi divulgada pelo MPMS (Ministério Público do Mato Grosso do Sul) nesta segunda-feira (25) e é resultado de investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) que está nas ruas de Ladário e do Rio de Janeiro (RJ) para cumprir 4 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão

“A contratação fraudulenta de empresas e prestadores de serviços, via dispensa ilegal de processo licitatório, com superfaturamento dos preços e ausência da entrega do bem ou serviço contratado” começou em 2017, segundo a investigação.

“Os desvios tiveram início logo nos primeiros meses de 2017 e, naquele momento, serviram ao propósito de saldar dívidas da campanha eleitoral para a eleição municipal ocorrida em 2016. Após o esquema, foi ampliada para propiciar a continuidade dos desvios em favor dos gestores da Secretaria de Assistência Social”, completa a nota enviada pelo MPMS, via assessoria de imprensa.

Não há cálculo, por enquanto, dos prejuízos aos cofres de Ladário. O Gaeco também não divulgou os nomes dos beneficiários do esquema.

Agentes fazendo buscas em um dos endereços alvo de mandado de busca e apreensão (Foto: Gaeco-MS/Divulgação)
Agentes fazendo buscas em um dos endereços alvo de mandado de busca e apreensão (Foto: Gaeco-MS/Divulgação)

Prisão e buscas – A “ex-supersecretária” Andressa dos Anjos Paraquett foi presa pela Operação Terra Branca 2 nesta manhã. Ela ocupou os cargos de secretária de Assistência Social e Administração no governo de Carlos Ruso (PSDB), preso no ano passado, e afastada, estava morando no Rio, conforme apurou o Diário Corumbaense.

Os nomes das outras três pessoas que também tiveram mandado de prisão expedido por força da operação, ainda não foram divulgados.

A Operação Terra Branca 2 cumpriu também, em Ladário e no Rio, 14 mandados de busca e apreensão. Além da sede da Secretaria de Assistência Social e do setor de Recursos Humanos da prefeitura da cidade que fica a 419 km de Campo Grande, as casas dos investigados e 4 empresas de Corumbá foram vasculhadas.

A força-tarefa saiu em busca de provas dos crimes de corrupção, peculato, falsidade ideológica e organização criminosa.

Prefeito afastado Carlos Ruso e Andressa Paraquett (Foto: Jornal Pérola News)
Prefeito afastado Carlos Ruso e Andressa Paraquett (Foto: Jornal Pérola News)

Mensalinho – O prefeito afastado de Ladário, Carlos Ruso, foi preso no dia 26 de novembro de 2018. Além dele, o ex-secretário de Educação, Hélder Botelho, e mais sete vereadoresforam para a cadeia, acusados de crimes de associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.

O caso ficou conhecido como "mensalinho". O prefeito, segundo a investigação da “tropa de elite” do MPMS, pagava valores mensais aos vereadores em troca de apoio político.

Ainda segundo apuração do Diário Corumbaense, todos continuam presos em Campo Grande, exceto uma vereadora, Lilia Maria de Moraes, conhecida como Pastora Lilia (MDB), que está em prisão domiciliar.

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