A cada 24h, 54 casos de violência doméstica são registrados em MS
De janeiro até agora, foram contabilizados 17.872 casos dessa natureza, conforme dados da Sejusp
Nesta segunda-feira (25), no Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, a cuidadora de idosos de 37 anos aguardava para registrar boletim de ocorrência na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) por ameaça e agressão física, no âmbito da violência doméstica, contra o ex-marido de 34 anos. Ele foi preso em flagrante na noite de ontem (24), após agredi-la.
RESUMO
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No Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher, uma cuidadora de idosos registrou um boletim de ocorrência contra seu ex-marido, que a agrediu fisicamente e a ameaçou. A violência doméstica, que se intensificou após o ex-marido começar a usar drogas, levou a mulher a buscar ajuda na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. Apesar de ele ter sido preso em flagrante, foi solto no dia seguinte, o que gerou insegurança na vítima, que teme por sua vida. Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública revelam que a cada 24 horas, 54 casos de violência doméstica são registrados em Mato Grosso do Sul, refletindo uma triste realidade enfrentada por muitas mulheres no Brasil.
Conforme dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), a cada 24 horas, 54 ocorrências por violência doméstica são registradas nas delegacias de Mato Grosso do Sul. De janeiro até agora, foram contabilizados 17.872 casos dessa natureza. Em janeiro foram 1.854 registros, fevereiro 1.599, março 1.910, abril 1.602, maio 1.408, junho 1.648, julho 1.413, agosto 1.621, setembro 1.789, outubro 1.781 e novembro 1.247.
Conforme a cuidadora, foram 11 anos de convivência com o ex-marido e inúmeros casos de agressões verbais e, de uns tempos para cá, físicas. O casal era do Nordeste, não tem filhos e desde 2016 vive em Campo Grande. A violência doméstica sempre existiu no relacionamento, mas depois que o marido passou a usar drogas, a situação piorou, ao ponto de vender o que tinha para sustentar o vício. “Ele fala que se eu largar dele ou arrumar outra pessoa, ele vai me matar. Ele me agride, me espanca e não fica preso”, disse.
Segundo a vítima, no começo do mês passado, quando colocou um ponto final no relacionamento e saiu de casa, foi agredida e teve o nariz quebrado. O agressor acabou preso em flagrante, mas no dia seguinte foi solto em audiência de custódia para responder o processo em liberdade. Na noite de ontem, a mulher foi agredida novamente na frente dos vizinhos. “Ele desceu de um aplicativo de moto já batendo no meu rosto e nas minhas pernas. Só parou porque o vizinho o puxou e chamaram a polícia”, contou.
Apesar de o ex-marido ter sido preso, ela acredita que ele será solto novamente. “Amanhã ou depois ele vai ser solto e quem vai para o cemitério será eu. Ele me agride e tenta me matar e não dá em nada. Ele vai ficar de boa como sempre”, desabafou enquanto aguardava para registrar, mais uma vez, a ocorrência por agressão. Para tentar se ver livre do ex, a vítima afirmou que pretende ir embora da cidade.
A data de 25 de novembro foi escolhida para lembrar as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana. O objetivo do dia é alertar para a violência física, psicológica, sexual e social que atinge as mulheres.
A violência doméstica afeta significativamente a vida das mulheres em todo o mundo. No Brasil, a cada 7,2 segundos uma mulher é vítima de violência física, conforme Relógios da Violência, do Instituto Maria da Penha. Veja abaixo os dados de violência doméstica divulgados pela Sejusp.
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