Abrasel pressiona governo para reduzir toque de recolher entre 9 a 13 de junho
Bares e restaurantes querem abrir até às 23h durante data alegando pedido de sobrevivência do setor
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul) encaminhou ao governo do Estado um ofício pedindo a ampliação do horário do toque de recolher no período de 9 a 13 de junho, em virtude do Dia dos Namorados.
Apesar da superlotação de leitos, com 6% acima da capacidade na Capital, os empresários alegam que a data considerada uma das melhores do ano para a movimentação econômica do setor pode sofrer impactos com o atual horário de restrição de circulação. A associação pede mudança do toque de recolher das 21h para às 23h.
Segundo o levantamento apresentado pela Abrasel, 77% dos bares e restaurantes trabalharam no prejuízo em abril e 75% demitiram funcionários nos primeiros meses do ano devido a crise econômica causada pela pandemia da covid-19.
O presidente da Abrasel MS, Juliano Wertheimer, reforçou que o setor, especialmente os que atendem o horário noturno, tem sofrido com o toque de recolher e os fechamentos. “Temos mantido o diálogo com o Governo para termos um equilíbrio. Porém, sabemos que o toque de recolher como está, nesta data em especial, aumenta o prejuízo para o setor. Duas, até mesmo uma hora a mais, faz muita diferença”, pontuou.
Para o presidente, muitos estabelecimentos podem não suportar as dificuldades. “Temos casos de empresários que chegaram ao limite e se não puderem recuperar um pouco dos prejuízos com essa data que sempre foi muito importante, poderão não conseguir manter as portas abertas no próximo mês.
O governo tem adotado as regras do programa Prosseguir, que faz recomendação aos municípios de acordo com a cor das bandeiras. O novo levantamento deve ser divulgado nesta quarta-feira (09).
Repercussão – Apesar da pressão que a Abrasel tem feito para o governo, os deputados estaduais cobraram durante a sessão desta terça-feira (08) posicionamento mais duro das autoridades que comandam o Poder Executivo.
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) aproveitou para cobrar do governo do Estado medidas regionalizadas mais restritivas. “Não podemos ficar assistindo a essa tragédia de todo dia ficar contabilizando mortes. Aqui está funcionando como se não tivesse pandemia. É uma realidade nas ruas e outra nos hospitais”, destacou.
O deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB) não também aproveitou para questionar o posicionamento do prefeito da Capital Marquinhos Trad (PSD). "A gente lamenta quando o prefeito da Capital dá entrevista dizendo que a cidade está dentro da normalidade, com pessoas tendo que ser transferidas para outros estados."
Quem também fez uma cobrança de tomada de posição foi o deputado José Carlos Barbosa (DEM). “O problema é de Falta de articulação. Hoje politizamos o debate da covid. Não há uma sintonia entre governo federal, estadual e municipal e quem paga o pato é a população. Nós somos impactados recebendo pedidos desesperados da população que pede um leito todos os dias para um familiar”, lamentou.