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Cidades

Ao custo de R$ 300, servidor cria cadeira para instalação de tornozeleira

Estrutura está em fase de teste na unidade que monitora presos virtualmente

Marta Ferreira | 06/10/2020 13:50
Cadeira criada por servidor público facilita instalação de tornozeleira. (Foto: Divulgaçã)
Cadeira criada por servidor público facilita instalação de tornozeleira. (Foto: Divulgaçã)

Um problema para resolver e uma inspiração. A partir disso, o servidor público Vinícius da Silva Correa matutou, pesquisou, e pôs em prática a ideia de criar cadeira específica para as procedimentos de colocação e vistoria de tornozeleira eletrônica em quem é monitorado pela Justiça dessa forma.

O problema era, resumidamente, o desconforto para quem vai usar o equipamento e para quem vai colocar, além da falta de segurança para os responsáveis pelo procedimento. A inspiração foram duas cadeiras usadas por profissionais da beleza, a do barbeiro e a da manicure. Também criada estrutura tanto para proteger quanto para dar mais agilidade ao trabalho.

Em fase de teste, o móvel está em uso na UMMVE (Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual)  em Campo Grande, responsável por fiscalizar o cumprimento da medida  por 1.933 monitorados por tornozeleiras em Mato Grosso do Sul.

Equipada com painel frontal de madeira, o equipamento reduz o contato direto entre o monitorado e o servidor, o que é considerado uma forma de prevenção a doenças infectocontagiosas. Além disso, há uma base que serve de apoio, onde foi colocado refletor instalado na parte inferior, facilitando os procedimentos de vistorias.

Tudo iniciou com a dificuldade que enfrentávamos em relação ao manuseio do equipamento junto ao monitorado. Era bem desconfortável, percebi que o lugar que foi adaptado era muito baixo e que precisávamos de um mecanismo diferenciado”, diz o policial penal.

O custo foi de R$ 300, conforme informado pela Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário), ao divulgar a iniciativa. Foram utilizados 15 tubos para montar a estrutura, do mesmo tipo usado em antena de TV a cabo, além de chapas de ferro e compensados para fazer o assento e o encosto.

 Nas horas de folga, com recursos próprios e doações de colegas, o trabalho foi desenvolvido em Anastácio, cidade onde Vinícius tem moradia própria, durante cinco meses. “Como não tenho espaço físico na minha residência atual em Campo Grande, eu resolvi fazer tudo lá, onde eu mexia aos finais de semana, então foi de pouco em pouco e finalizei agora em setembro”, afirma.

“Eu me inspirei na cadeira de barbeiro, depois fui aperfeiçoando e pegando alguns detalhes da cadeira de manicure, principalmente em relação à possibilidade de ajustes de suspensão e de apoio ao pé”, conta.

Vantagem - De acordo com a Agepen, em fase de teste, a cadeira permite  posição mais alta e estratégica aos profissionais, com maior aproximação do tornozelo do monitorado. “Além de garantir maior conforto e, principalmente, segurança”.

Servidor de carreira há seis anos, Vinícius é formado em Letras e pós-graduado em Gestão em Segurança Prisional. Tem noção de serralheria e tapeçaria.

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