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Cidades

Após 75 dias, rapaz preso com ladrões de Reinaldo comemora volta para casa

Antônio Matheus, de 23 anos, teve liberdade provisória concedida ontem (23)

Por Cassia Modena | 24/08/2024 12:19
Feliz e aliviada, Kelly registrou o momento em que chegou em casa com o irmão Antônio (Foto: arquivo pessoal)
Feliz e aliviada, Kelly registrou o momento em que chegou em casa com o irmão Antônio (Foto: arquivo pessoal)

Antônio Matheus de Souza e Silva, 23, voltou para casa na manhã deste sábado (24), após passar 75 dias preso na Penitenciária Estadual Gameleira I, A "Supermáxima", em Campo Grande. Ele teve liberdade provisória concedida pela Justiça de Mato Grosso do Sul, embora ainda responda à acusação de ter participado do furto a joias no apartamento do ex-governador do Estado, Reinaldo Azambuja.

O rapaz mora num edifício do Centro de São Paulo (SP) com a mãe. É lá que está agora, inclusive, podendo rever o filho de 3 anos. "Estou bem, sou muito grato a Deus por ter saído", comemorou, falando ao telefone com a reportagem.

Ele viajou de carro de uma capital a outra ao lado da irmã, Kelly de Souza, 30. Microempresária do ramo da estética, ela ficou hospedada o tempo todo em Campo Gande, onde Antônio estava preso. Não quis abandoná-lo. Se ocupou de reunir provas de sua inocência e contratar advogado de defesa, enquanto trabalhava a distância.

"Muito difícil ficar longe de casa, longe de tudo. Estava gastando R$ 90 só em diária na pousada onde fiquei", relata Kelly. Ela diz estar aliviada com a liberdade dada ao irmão e que lamenta a prisão injusta.

Davi Morais Saldana (no celular) e Ítalo Alexandre Silvestre (com a mala) deixando o condomínio onde mora o ex-governador, no dia 8 de junho (Foto: Inquérito policial/Reprodução)
Davi Morais Saldana (no celular) e Ítalo Alexandre Silvestre (com a mala) deixando o condomínio onde mora o ex-governador, no dia 8 de junho (Foto: Inquérito policial/Reprodução)

Davi Morais Saldana, de 24 anos, e Italo Alexandre Franca Silvestre, 22, confessaram o crime e seguem presos no mesmo presídio. Eles declararam que agiram sozinhos.

Defesa - Antônio é amigo dos envolvidos, mas diz não ter qualquer participação no crime. Afirma que estava almoçando em casa, em São Paulo, no horário em que o furto foi cometido em Campo Grande.

O que o complicou, explica, foi o convite feito pela dupla para almoçarem juntos num shopping, um dia após completar 23 anos e dois dias após as joias serem levadas.

Entrou no carro em que os amigos estavam, sem saber que eles acabavam de sair de uma joalheria, onde receberam R$ 63 mil em espécie em troca do que pertence ao ex-governador de Mato Grosso do Sul.

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Davi e Ítalo, em dois momentos, na "Rua do Ouro", em São Paulo, pouco antes da prisão (Foto: Inquérito/Reprodução)
Davi e Ítalo, em dois momentos, na "Rua do Ouro", em São Paulo, pouco antes da prisão (Foto: Inquérito/Reprodução)

O combinado era os amigos pagarem a conta em comemoração ao aniversário de Antônio, mas o trio acabou abordado por policiais próximo à Praça da Sé e presos em 10 de junho.

Ele conta que a amizade é de longa data. "Estudamos na mesma escola, nos encontrávamos para jogar bola. A gente também conversava por WhatsApp". No entanto, nega que sabia sobre o furto e diz nunca ter visto as joias.

O veículo onde os três estavam ao ser presos pela polícia era da marca/modelo Citroen Cáctus e branco. Foi o mesmo alugado por Italo para ir a Campo Grande. Rastreando o paradeiro do carro, é que foi possível encontrar os acusados.

Como foi - Réu primário, Antônio disse que os 75 dias na Gameleira foram difíceis, mas que perdoou os amigos pelo que teve que passar na prisão. "Perdoei, sim. Deus sabe de tudo", confirmou. Os três dividiram a mesma cela no período.

O rapaz de 23 anos afirma que trabalha como vendedor. Falou que um dos amigos é formado e trabalhava há seis anos na área de TI (Tecnologia da Informação) e que o outro também tem diploma de nível superior, mas não soube dizer se estava empregado.

Questionado se sabia que a dupla estava envolvida em crime, disse que não.

O que foi levado - A maior parte do que foi furtado não foi recuperado. Em declaração dada ao Campo Grande News no fim de junho, Reinaldo Azambuja lamentou isso.

“Recuperaram muito pouco do que levaram. Eles levaram 90% das joias da Fátima [sua esposa]. Foram largando as coisas pelo caminho. São peças que ela herdou da mãe”, disse. O apartamento do político fica no Bairro Jardim dos Estados.

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