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Cidades

De 22 itens, só 3 foram recuperados, entre eles relógio "nº 1" de Reinaldo

Ladrões foram pegos próximo à "Rua do Ouro", na capital paulista, com o carro usado para vir a MS

Por Anahi Zurutuza | 26/06/2024 09:23
Itens encontrados com ladrões em São Paulo (Foto: Inquérito policial/Reprodução)
Itens encontrados com ladrões em São Paulo (Foto: Inquérito policial/Reprodução)

Primeiro na lista de objetos que faltavam em casa quando o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) descobriu que o apartamento havia sido invadido, um Bulova – marca que fabrica relógios de R$ 2 mil a R$ 16 mil – estava com ladrões no momento da prisão em São Paulo. Dos 22 itens listados pelo tucano para a Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), além do relógio, uma bijouteria (colar) e uma pulseira de ouro foram recuperados com os envolvidos no crime.

Quando foram pegos, nas proximidades da “Rua do Ouro”, em São Paulo (SP), com o carro alugado para vir a Campo Grande (MS) para invadir condomínios de luxo, os criminosos confessos estavam com R$ 67 mil – o dobro do valor em espécie que foi levado do apartamento na Capital. Para a investigação, o dinheiro foi adquirido por meio da venda de joias furtadas da casa de Reinaldo.

Dinheiro, relógio e joias apreendidos (Foto: Inquérito policial/Reprodução)
Dinheiro, relógio e joias apreendidos (Foto: Inquérito policial/Reprodução)

Os ladrões, também conforme a apuração dos policiais de MS, estiveram em uma joalheria na Rua Barão de Paranapiacaba, na região central da capital paulista.

“Na posse dos suspeitos, foi encontrada vultosa quantia em dinheiro, além de dois relógios, uma pulseira e um colar. Destes, a vítima Reinaldo Azambuja reconheceu, sem dúvida e sem titubear, o relógio da marca Bulova e a pulseira de ouro como sendo alguns dos objetos de sua propriedade que foram subtraídos durante o crime”, diz o relatório da Garras sobre o flagrante.

A ex-primeira-dama, Fátima Azambuja, também reconheceu o colar, que nem joia é. “Da mesma forma, após apresentados diversos objetos encontrados na posse dos suspeitos, a vítima Fátima reconheceu, sem dúvida e sem titubear, uma bijuteria de corrente dourada, com uma imagem de Nossa Senhora, como sendo de sua propriedade”.

Davi Morais Saldana (no celular) e Ítalo Alexandre Silvestre (com a mala) deixando o condomínio onde mora o ex-governador, no dia 8 de junho (Foto: Inquérito policial/Reprodução) 
Davi Morais Saldana (no celular) e Ítalo Alexandre Silvestre (com a mala) deixando o condomínio onde mora o ex-governador, no dia 8 de junho (Foto: Inquérito policial/Reprodução)

O apartamento onde o ex-governador mora com a família, no Jardim dos Estados, na região central de Campo Grande, foi invadido no dia 8 de junho. Estava vazio porque o ex-governador havia viajado para as comemorações do aniversário de 100 anos de Maracaju, no interior de Mato Grosso do Sul, onde também tem fazenda.

Para o Campo Grande News, Azambuja lamentou que poucos itens foram recuperados, apesar da prisão dos suspeitos em menos de 48 horas, e que não conseguiu reaver bens de valor sentimental, como a medalha de comendador que ganhou da presidência do Paraguai.

“Recuperaram muito pouco do que levaram. Eles levaram 90% das joias da Fátima. Foram largando as coisas pelo caminho. São peças que ela herdou da mãe”, disse Reinaldo, na primeira entrevista após o furto, nesta terça-feira (25).

Além da homenagem do país vizinho, que em julho de 2023 agraciou o ex-governador com Ordem Nacional do Mérito do Paraguai, os ladrões ainda levaram medalhas ofertadas pela Câmara dos Deputados, Força Aérea Brasileira e do Mérito Legislativo.

Reinaldo afirmou que aguarda o desfecho das investigações sobre o crime. “Não tenho dúvida que teve falhas porque entraram pela portaria. Mas só o fim da investigação vai apontar o culpado e se houve conivência. Ainda tem muita coisa para ser feita e vários desdobramentos”, diz Reinaldo. Desta forma, o ex-governador preferiu não comentar sobre os presos.

Momento que trio foi abordado pela Polícia Civil de São Paulo, na região central da capital paulista (Foto: Inquérito/Reprodução) 
Momento que trio foi abordado pela Polícia Civil de São Paulo, na região central da capital paulista (Foto: Inquérito/Reprodução)
Davi e Ítalo em edifício da "Rua do Ouro", pouco antes da prisão, no dia 10 de junho (Foto: Inquérito/Reprodução)
Davi e Ítalo em edifício da "Rua do Ouro", pouco antes da prisão, no dia 10 de junho (Foto: Inquérito/Reprodução)

Prisões em SP – No dia 10, com apoio da Polícia Civil paulista, a Garras prendeu três pessoas pelo furto – Davi Morais Saldana, de 24 anos, e Italo Alexandre Franca Silvestre, 22, que confessaram o crime, e Antônio Matheus de Souza Silva, de 23 anos, que ficou em silêncio, mas a família alega ser inocente e apresentou álibis para mostrar que ele nunca esteve em Mato Grosso do Sul.

A investigação detalhou que os ladrões, especializados em edifícios de luxo, primavam pela discrição. Entram nos prédios como se fossem moradores ou visitantes, arrombam portas sem serem ouvidos e deixam os condomínios com os pertences furtados colocados em bolsas encontradas no próprio apartamento.

No edifício de Reinaldo, a primeira investida dos ladrões foi contra a porta da cobertura, mas não conseguiram arrombar a estrutura de ferro. Entraram no apartamento do ex-governador, que ocupa todo o 18º, pela porta de serviço.

Com os ladrões também havia ainda cartão de acesso à Silver Tower, prédio em São Paulo. O cartão tem a identificação de “condômino”, embora nenhum dos três more no endereço pelo que foi registrado nos mandados de prisão.

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