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Após terminar viagem de táxi, Santiago começa cirurgia para receber rim

Família recebeu ligação de hospital às 19h de ontem informando que Santiago deveria chegar 6h da manhã de hoje em hospital do PR

Paula Maciulevicius Brasil | 02/01/2021 11:29
Após terminar viagem de táxi, Santiago começa cirurgia para receber rim
Santiago faz hemodiálise há quatro anos e havia acabado de voltar de Campina Grande do Sul, no Paraná, quando foi chamado de volta e dessa vez levado ao centro cirúrgico. (Foto: Arquivo Pessoal)

Às 10h40 deste sábado, Santiago Cuella, de 24 anos, entrou no centro cirúrgico para o tão sonhado transplante de rim. O bailarino de Campo Grande já esperava chegar a sua vez de receber o órgão há quatro anos. Uma semana atrás, ele deu entrevista depois de uma breve passagem por Campina Grande do Sul, no Paraná. O mesmo hospital, Angelina Caron, o chamou na noite de ontem, dando um prazo de 12h para ele viajar mais de 1 mil quilômetros. Desta vez, o rim era para ele mesmo. Não houve outros convocados e a compatibilidade foi alta.

Por telefone, emocionada, a mãe Marlene Cuella, de 49 anos, é só alegria. "Faço 50 anos dia 1º de fevereiro, ganhei meu presente adiantado", comemora. Professora, ela conta que recebeu a ligação do mesmo hospital onde Santiago esteve na semana passada, dizendo que havia um rim para ele.

Após terminar viagem de táxi, Santiago começa cirurgia para receber rim
Foto que Marlene conseguiu tirar com o filho hoje, antes de ser levado para a mesa de cirurgia. (Foto: Arquivo Pessoal)

"Me ligaram perguntando se tinha como ele chegar até 6h da manhã. Como o Santiago veio pra cá dia 24, ele não estava passando muito bem, teve fortes dores de cabeça, a pressão estava alta, ele estava depressivo", explica.

Ela então questionou ao médico se corria o risco de fazer a viagem e voltar sem o transplante. "Ele mandou pra mim o painel de chamada, aquela vez ele estava em 6º lugar, ele foi pra 4º agora, porque duas pessoas passaram e conseguiram. Os outros três primeiros não viriam, então eu disse: 'nós vamos'", afirma.

Foi em uma aeronave do Estado que a família embarcou ontem rumo à cidade de Curitiba. No entanto, não havia teto para o pouso e o comandante informou que pousaria o mais perto possível. A opção foi Londrina e de lá a professora arcou com uma viagem de táxi. "Chegamos em Londrina eram 2h da manhã, estava um temporal. As lojas de aluguel de carro estavam fechadas, aí do nada chegou um taxista e pegamos a corrida. Era para chegar 6h, chegamos aqui no hospital 6h10", narra.

"Foi uma emoção tão grande, que só Deus sabe", agradece.

O filho fez os exames de compatibilidade e também para covid. Como hoje era dia dele fazer hemodiálise na Capital, ele chegou a começar e fez por 1h, mas em seguida foi levado ao centro cirúrgico.

"Essa foto no quarto foi a única que eu consegui tirar. Ajudei ele a tomar banho, trocar de roupa e já o levaram para a sala de hemodiálise", relata a mãe.

A única coisa que ouviu do filho, antes de seguir, foi:

Mãe, não me deixa, porque eu vou lutar. Foi isso que ele falou para mim, e em seguida já foi levado. Vai correr tudo bem, eu sei", acredita Marlene.

Após terminar viagem de táxi, Santiago começa cirurgia para receber rim
Santiago em viagem na véspera de Natal para realizar o transplante. (Foto: Arquivo Pessoal)

Professora contratada, Marlene disse que está até com vergonha de dizer, mas viajou "na cara e na coragem", por isso amigos estão fazendo uma campanha nas redes sociais para doação de qualquer vlaor em dinheiro. "A gente está com muita dificuldade, tenho até vergonha de dizer, se vocês puderem me ajudar divulgando", pede a mãe.

A previsão de cirurgia é de pelo menos cinco horas no centro cirúrgico.

Doações - No texto divulgado pela amiga da família, Camila Lopes, um resumo da luta de Santiago é descrito: "Santiago é renal crônico e estava há quatro anos na fila aguardando o transplante. Na véspera de Natal recebeu a ligação do hospital e começou a primeira correria para conseguir fazer com que ele chegasse a tempo, deu certo e ele chegou a tempo; mas infelizmente não era chegado o seu momento pois não pode fazer o transplante".

No texto, a amiga explica que Marlene usou as economias que tinha e custeou o trajeto com o taxista que custou R$ 1,2 mil. "Agora eles contam com a solidariedade de todos para se manterem lá durante os próximos meses", apela Camila. Professora contratada, Marlene não teve ainda a renovação do contrato, prevista para o início de 2021, e com a cirurgia de transplante, ela deve precisar ficar mais três meses com o filho no Paraná.

Quem puder ajudar, os dados são: 

Marlene Cuella

Banco do Brasil
Agência 0048-5
Conta corrente: 210757-0
CPF: 46501240182

Santiago Cuella da Silva
Pix dele é 036.932.331-95.

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