Briga entre família de Amarildo Cruz fica pública até em homenagem póstuma
Nota de repúdio em rede social do ex-deputado condena presença de Simone Lucena como representante da família
Quase cinco meses após a morte do ex-deputado estadual Amarildo Cruz (PT), a família divulgou, nas redes sociais do ex-parlamentar, uma nota de repúdio expondo o fato de não ter sido convidada para uma homenagem póstuma na Academia de Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul. Simone Lucena, ex-companheira de Amarildo, foi quem recebeu a homenagem em nome dele.
Na nota, a família questiona a veiculação do nome do ex-deputado em evento na Acadepol (Academia de Polícia). “A família do ex-deputado Amarildo Valdo da Cruz vem a público, mais uma vez, manifestar indignação e repúdio à inadequada veiculação do nome do ex-deputado estadual ocorrida em evento público realizado no último dia 31, à total revelia de sua família”, diz parte da nota.
As publicações seguem divulgando a indignação pela falta de convite aos familiares e expondo questões judiciais envolvendo o inventário do petista.
“Lamentavelmente, nenhum parente do ex-deputado foi sequer cientificado e muito menos formalmente convidado para ali estar presente no intuito de representá-lo e receber a homenagem e a honraria que a ele foram dignamente destinados pela Acadepol. É de conhecimento público que Amarildo era DIVORCIADO, deixou TRÊS FILHOS, dos quais dois são maiores e capazes, sendo que o primogênito, aliás, já foi reconhecido pela justiça como o único e legítimo representante de seu espólio, não havendo assim, NENHUMA OUTRA PESSOA QUE POSSA REPRESENTÁ-LO em quaisquer situações e muito menos RECEBER QUALQUER HONRARIA A ELE FEITA, o que, infelizmente, não foi observado no evento em questão”, segue a nota.
De acordo com Antônio Vita da Cruz, 22 anos, filho de Amarildo, a família ficou chateada por não ter sido convidada para a cerimônia e atribui a falta de convite a Ben-Hur Ferreira, secretário-executivo de Direitos Humanos, que seria o responsável por convidar os familiares de Amarildo.
“O Ben-Hur é concunhado da Simone e ele convidou ela pra receber a homenagem, porém ela não tem direito nenhum de representar meu pai ou sua família”, desabafa Antônio.
Conforme já noticiado pelo Campo Grande News, a família enfrenta uma briga judicial com Simone Lucena, que seria companheira de Amarildo na época de seu falecimento.
“A família, apesar desse fato, agradece a iniciativa da ACADEPOL pela singela homenagem ao nosso querido AMARILDO CRUZ. Por fim, fica registrado que tão somente o já legalmente designado representante do Espólio é que possui legitimidade para representar o ex-deputado, para toda e qualquer finalidade. A família vem sofrendo calada em respeito ao passamento e, assim, lamenta ter que tomar atitudes como esta. Porém, tal como sempre ocorreu na bela trajetória de vida de Amarildo, nunca deixará de lutar para que prevaleça a verdade e a justiça, nem que para isso, seja necessário trazer a público fatos que até este momento vem sendo tratados em sigilo por respeito à memória de seu amado ente”, finaliza a nota.
Procurado pela reportagem, o secretário-executivo de Direitos Humanos, Ben-Hur Ferreira, disse que lamenta que o imbróglio judicial que envolve a ex-companheira e a família do ex-deputado se desdobre para o campo político. Além disso, ele ressalta que do ponto de vista social, Simone Lucena, era a mais próxima de Amarildo, acompanhando o petista em agendas públicas e demais eventos.
"Esse é um ato histórico inspirado no Amarildo, que sempre atual nas questões raciais. Quando definiram a data do inicio do curso eles queria alguém para representá-lo e a pessoa que mais estava próximo ao Amarildo era a Simone e o convite foi nesse sentido", disse o secretário. "Querem trazer uma questão jurídica para o campo politico. Não cabe a gente entrar nesse mérito. O grau do quanto ela é companheira dele quem vai decidir é a Justiça", finalizou.
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