Campo Grande fica entre as 10 capitais com piores taxas de isolamento
As taxas registradas no fim de semana tiveram piora em relação a semana anterior; população fala de cansaço e descaso
A taxa de isolamento em Campo Grande teve piora neste domingo (13) em relação a igual período da semana anterior, passando de 49,10% para 47,98%. No ranking nacional, ficou entre os 10 piores índices do País.
O índice em Mato Grosso do Sul também piorou no domingo, passando de 49,20%, registrado no dia 6 de dezembro, para 47,90% de ontem, segundo o Mapa Brasileiro da Covid, ficando na média nacional. As piores colocações entre os estados são Tocantins (43,88%) e Goiás (44,04%).
Em relação a Campo Grande, a cidade ficou na parte debaixo da tabela do ranking nacional, ficando na 10ª pior colocação entre as capitais. Os piores índices foram calculados em Goiânia (44,48%) e Palmas (44,89%). A melhor posição ficou com Curitiba (55,60%), seguido de Porto Alegre (53,51%).
No sábado, Campo Grande também registrou piora na taxa de isolamento, ficando em 39,63%. No fim de semana anterior, dia 5 de dezembro, o percentual foi de 40,90%. Os dados são da Superintendência de Gestão da Informação
Desde o dia 7 de dezembro, decreto municipal estipulou toque de recolher das 22h às 5h, válido até 21 de dezembro. Antes dessa data, o toque começava à 0h.
Justificativas – Na avalição de alguns moradores do bairro Moreninhas, existe uma parcela de cansaço e outra de descrença para que os índices fiquem aquém do mínimo preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que é de 70%.
“Grande parte já se cansou, mas também tem um pouco de não acreditar na doença, as pessoas so percebem o perigo quando é alguém próximo”, avaliou o motorista Silvio César Rodrigues, 47 anos. Ele contou que o tio morreu há 2 meses, em decorrência da covid-19 e a filha e o genro foram contaminados.
Para ele, também falta maior pressão do poder público para “mostrar a realidade da doença”.
O cansaço também é um dos motivos sugeridos pela cabeleireira Sueli Pereira de Araújo, 56 anos, mas que também acrescenta a sobrevivência econômica da população. “Eu tenho salão, se eu fechar, passo necessidade, sou pai e mãe, não posso ficar de braços cruzados”, disse.
Sueli diz que segue protocolos sanitários, atendendo clientes com hora marcada para evitar aglomeração. “Falta muita consciência das pessoas, isso vai passar e as pessoas tem que esperar para viver a rotina normal; não é hora de estar saindo e aglomerando”.
A dona de casa Maria Lúcia da Silva, 51 anos, diz que existe parcela de ignorância no
descumprimento das medidas sanitárias. “Percebo que tem muita gente que não está nem aí, a doença tá aí, tá matando, está avançando, cada vez mais casos, é perigoso, só Deus para ter misericórdia”.
Ela diz que sai apenas o necessário para fazer compras ou para levar o marido ao médico. “Tem gente que acha ‘ah, comigo, não vai acontecer’, eu morro de medo”.