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Cidades

Candidato da oposição quer Refis para advogados inadimplentes

Segundo Lucas, muitos advogados não se sentem representados, o que resulta num baixo engajamento da classe

Por Lucas Mamédio | 11/11/2024 15:19
Candidato da oposição, Lucas Rosa, durante entrevista ao Campo Grande News (Foto: Juliano Almeida)
Candidato da oposição, Lucas Rosa, durante entrevista ao Campo Grande News (Foto: Juliano Almeida)

O advogado Lucas Rosa, de 36 anos, é um dos candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) pela chapa "Renovação: OAB para todos". Com 14 anos de carreira, Lucas diz que busca um novo rumo para a instituição, que acredita estar distante das necessidades reais da advocacia sul-mato-grossense. Ele concorre contra o atual presidente da OAB-MS, Bitto Pereira, que tenta a reeleição.

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Lucas Rosa, candidato à presidência da OAB-MS pela chapa "Renovação: OAB para todos", critica a gestão atual da instituição, alegando que ela se afastou das necessidades reais dos advogados e da sociedade. Ele destaca a alta inadimplência da advocacia e a falta de engajamento nas eleições da OAB como sintomas dessa crise de representatividade. Lucas defende a necessidade de uma profunda renovação da OAB, com foco no fortalecimento da advocacia jovem, na criação de uma gestão mais inclusiva e transparente, e na criação de um programa de refinanciamento de dívidas para os advogados inadimplentes. Ele também defende maior autonomia para as subseções da OAB-MS no interior e um diálogo constante com todos os advogados.

Durante entrevista ao Campo Grande News, o candidato destacou o que ele considera insatisfação que, segundo ele, não tem sido levada a sério pela atual gestão. "Nosso maior desafio é entender por que, de quase 20 mil advogados registrados em Mato Grosso do Sul, apenas cerca de 11 mil estão aptos a votar. O dado é alarmante, e a principal razão disso é a inadimplência financeira, que afeta grande parte da advocacia", aponta Lucas, referindo-se à recusa da Comissão Eleitoral em fornecer listas de advogados aptos a votar, até que fosse obrigada por decisão judicial.

A questão financeira é uma das mais citadas por Lucas como um reflexo da gestão atual da OAB-MS. Ele argumenta que, embora a OAB deva ser uma entidade voltada para o bem-estar do advogado, a atual administração tem se afastado dessa missão.

"Será que 42% dos advogados de Mato Grosso do Sul não têm condições de pagar a anuidade ou será que muitos simplesmente perderam a confiança na Ordem? A verdade é que a OAB deixou de cumprir seu papel de representatividade e de apoio à advocacia", critica.

De acordo com Lucas, a OAB tem se afastado de sua função primordial, que é garantir a liberdade e os direitos da sociedade, além de servir como um ponto de apoio para os advogados. "A Ordem hoje deixou de ser um farol para a advocacia e virou uma instituição elitista, fechada em um círculo restrito de poder. O que vemos é uma OAB que não está mais ao lado da advocacia como deveria estar, muito menos ao lado da sociedade", afirma.

Ele acredita que a OAB precisa passar por uma profunda renovação, com foco no fortalecimento da advocacia jovem e na criação de uma gestão mais inclusiva e transparente. "Essa eleição é mais do que uma disputa de cargos, é uma oportunidade de resgatar a credibilidade da Ordem e devolvê-la à advocacia e à sociedade. O que está em jogo é a renovação de uma instituição que, nos últimos anos, se distanciou das necessidades do advogado e da cidadania", ressalta.

Lucas aponta que um dos principais sintomas dessa crise de representatividade é a falta de engajamento da classe nas eleições da OAB.

Propostas - Se eleito, Lucas propõe uma série de mudanças para tentar transformar a OAB-MS em uma instituição mais acessível. Entre suas principais propostas estão o Refis para a advocacia que seria a criação de um programa de refinanciamento de dívidas para os advogados inadimplentes, com a retirada de juros e prazos de parcelamento facilitados.

Autonomia para as subseções: Lucas defende que as subseções da OAB-MS, especialmente no interior, tenham maior autonomia para gerir suas demandas e necessidades sem depender de decisões centralizadas na seccional.

Fortalecimento da advocacia jovem: Lucas diz que sua chapa é composta por nomes jovens, muitos dos quais enfrentam as dificuldades do dia a dia da profissão. Ele acredita que a renovação deve vir de dentro, com a participação ativa dos advogados mais novos nas decisões da Ordem.

Transparência e diálogo: outra proposta central de Lucas é trazer maior transparência para a gestão da OAB-MS, com um diálogo constante com todos os advogados, não apenas com os que fazem parte do grupo político dominante.

As eleições serão realizadas no dia 22 de novembro.

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