Chefe da maior milícia do RJ é transferido para presídio federal de Campo Grande
Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, estava em Bangu 1
O miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, foi transferido do Completo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, para a Penitenciária Federal de Campo Grande. O criminoso, que estava isolado desde o fim do ano passado, deixou o presídio conhecido como Bangu 1 neste sábado.
A transferência foi definida no dia 20 de fevereiro, pela juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
Preso desde dezembro no ano passado, Zinho é chefe da maior milícia do Rio de Janeiro e considerado um dos criminosos mais perigosos do estado. Tinha 12 mandados de prisão e estava foragido desde 2018 até se entregar, no Natal de 2023.
Segundo a CNN, além de Zinho, a Justiça determinou a transferência do comparsa dele, Marcelo de Luna Silva, conhecido como Boquinha, para uma unidade com RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), sendo, também, trazido para Campo Grande.
A operação, realizada pela Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro), envolveu 16 policiais penais e cinco viaturas, que escoltaram Zinho e um comparsa de Bangu 1 até o Aeroporto Santos Dumont, no Centro.
Lá, sob forte esquema de segurança, os milicianos foram entregues a cinco policiais penais federais para escolta até Campo Grande. O destino foi definido em conjunto com a Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais).
Zinho e Boquinha foram entregues pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) a agentes penais federais. Uma equipe iria escoltá-los em um voo comercial da Latam, chegando à tarde em Campo Grande.
Terror – No despacho, conforme reportagem divulgada pela CNN, a juíza fala da necessidade da transferência de Zinho do Rio de Janeiro.
“Ressalta-se que os grupos de milícia instalados nesse estado, fortemente estruturados e ostentando capilaridade em todo país e até no exterior, vem diuturnamente, protagonizando o terror infringido, em especial, aos moradores de comunidades carentes, deles fazendo reféns gerando situação de instabilidade por anos e sem descanso. Tudo isso já aponta para o grave e concreto risco de que a permanência do referido réu e solo Fluminense representa à continuidade das políticas de segurança pública em desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro, tamanho agravamento de seu malfadado domínio”, escreveu a magistrada na decisão.
Histórico - Antes de se entregar, Zinho ocupava o posto deixado pelo irmão, Wellington da Silva Braga. O miliciano, conhecido como Ecko, foi um dos responsáveis por expandir os domínios do grupo. Ele foi morto pela polícia em 12 de junho de 2021, na comunidade de Três Pontes, em Paciência, um dos redutos de poder do grupo.
Dias antes da prisão de Zinho, a milícia vinha sendo alvo de operações da Polícia Federal. Uma delas contra a deputada Lucia Helena Pinto de Barros, a Lucinha (PSD), que era apontada como “madrinha” pelos milicianos e agiria como lobista em favor de ações ao bando. A Justiça determinou o afastamento dela do cargo.
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