Cinto no banco de trás: multas aumentam 39% e muitos ainda escapam do flagrante
Número de multas por passageiro sem cinto é menor do que de condutor, mas infrações são rotineiras
Duas verdades: nas ruas da cidade, é obrigatório usar o cinto de segurança no banco de trás e você pode morrer ou ter sequelas graves pela falta dele. O número de multas aplicadas por falta de cinto aumentou 22%, passando de 5,7 mil entre janeiro e março de 2021 para 7 mil na comparação com o mesmo período deste ano, em Mato Grosso do Sul, segundo o Detran (Departamento Estadual de Trânsito).
A quantidade de passageiros flagrados sem cinto também subiu neste ano, passando de 440 para 613 no trimestre, o que significa aumento de 39%. Já as multas por infração de condutores sem cinto foram de 5,3 mil para 6,4 mil no comparativo dos trimestres.
O número de multas por passageiros flagrados sem cinto só é menor do que o de condutores, porque é difícil para os agentes de trânsito fazerem o flagrante, conforme a diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho.
"Muitas vezes, na abordagem, a pessoa que estava sem o cinto já colocou. A estatística com relação à infração de trânsito é pequena, entretanto, é necessário que as pessoas tenham consciência de que é um equipamento importante para proteção da sua vida", alerta.
O acidente do ex-bbb Rodrigo Mussi, na Marginal Pinheiros em São Paulo (SP), escancarou a importância do cinto no banco de trás. O motorista do veículo teve ferimentos leves, enquanto Rodrigo teve várias fraturas pelo corpo e traumatismo craniano, porque foi jogado bruscamente contra o banco da frente e o teto do veículo.
Campanhas - É um trabalho incansável, porque apesar de tantas campanhas, o número de flagrantes aumenta. Como a fiscalização é complicada, o Detran e a Agetran (Agência Municipal de Trânsito de Campo Grande) investem em campanhas educativas para fazer a população entender que usar o cinto é importante em qualquer situação.
O peso do ocupante do veículo é multiplicado por 15 na hora do impacto do arremesso do corpo dentro do carro. Usar o cinto diminui em 43% a chance de morte, conforme estudo da Administração Nacional de Segurança do Departamento dos Transportes dos Estados Unidos.
Em abril, as atividades para conscientização devem ser intensificadas, conforme a diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS, Elijane Coelho.
O uso do cinto nos bancos de trás, de fato, é mais negligenciado, conforme a Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), o que leva pessoas a morrerem “desnecessariamente”, segundo relatório da entidade.
A maioria sabe que é necessário, mas alega que esquece de colocar, que a corrida é curta, que é desconfortável e há até quem comente que não há exigência legal.
Não falta informação - Somente em Campo Grande, entre as multas aplicadas pela Agetran por passageiros sem cinto, houve aumento de 40% em janeiro e fevereiro deste ano no comparativo com o mesmo período do ano passado.
Nos primeiros dois meses de 2021, foram 92 multas por infração dos passageiros. Neste ano, já foram 129.
O tema também está na pauta das campanhas da Agetran, segundo a chefe de Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rotta. Ela destaca que não é por falta de informação que a infração acontece.
“Cinto de segurança é uma pauta que nunca sai das campanhas, seja de rua, seja em instituições. A campanha "Volta às Aulas" iniciou-se dia 3 de março e terminou no dia 31 de março de 2022 nas escolas públicas e privadas. Estivemos também em condomínios fechados e empresas”, comenta.
Penalidade - A infração é grave e o valor da multa por falta de cinto é R$ 195,23. O veículo fica retido pelos agentes de trânsito até a colocação do cinto pelo infrator, seja condutor ou passageiro.