ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
AGOSTO, TERÇA  20    CAMPO GRANDE 34º

Cidades

CNJ decide afastar magistrado envolvido em causa bilionária do Banco do Brasil

Defesa diz que magistrado "proferiu decisão, com firmeza e independência, seguindo a lei”.

Por Anahi Zurutuza | 20/08/2024 16:32
Conselheiros reunidos em sessão extraordinária do CNJ nesta terça-feira (Foto: Youtube/Reprodução)
Conselheiros reunidos em sessão extraordinária do CNJ nesta terça-feira (Foto: Youtube/Reprodução)

Por maioria, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu afastar das funções o desembargador Geraldo de Almeida Santiago por tomar decisão, quando juiz, considerada imprudente e que quase causou perda bilionária ao Banco do Brasil. O magistrado de Mato Grosso do Sul se livrou da aposentadoria compulsória, pena máxima prevista na Loman (Lei Orgânica da Magistratura Nacional), defendida pelo subprocurador-geral da República, José Adonis Callou de Araújo Sá, para o caso e sustentada pelos conselheiros Guilherme Feliciano e Giovanni Olsson.

O caso do desembargador do TJMS é analisado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) desde março e chegou a ter quatro entendimentos antes do desfecho.

A maioria – incluindo o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso – seguiu o entendimento do conselheiro Bandeira de Mello, que divergiu de Feliciano e Olsson, minimizando o impacto das decisões de Geraldo Santiago, proferidas em 2006, e propondo a pena de disponibilidade por 60 dias com vencimentos proporcionais – a segunda mais grave prevista na Loman.

Um único voto, do conselheiro Pablo Coutinho Barreto, foi pelo afastamento, mas por 180 dias. Outros dois conselheiros, Marcos Vinícius Jardim Rodrigues e Marcello Terto, julgaram totalmente improcedente o voto do relator, portanto, absolvendo o magistrado.  Veja o placar:

Placar no Conselho Nacional de Justiça em julgamento contra magistrado de MS (Foto: CNJ/Reprodução)
Placar no Conselho Nacional de Justiça em julgamento contra magistrado de MS (Foto: CNJ/Reprodução)

O advogado André Borges informou que “magistrado e defesa questionarão a decisão”. “Importante foi a manutenção do cargo do magistrado e que houve votos pela absolvição, mas nenhuma sanção era necessária, pois inexistiu prejuízo ao Banco do Brasil. O Dr. Geraldo apenas atuou como um verdadeiro juiz: proferiu decisão, com firmeza e independência, seguindo a lei”.

Desembargador, Geraldo de Almeida Santiago, durante julgametno no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (Foto: TJMS/Divulgação)
Desembargador, Geraldo de Almeida Santiago, durante julgametno no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (Foto: TJMS/Divulgação)

A denúncia – A reclamação disciplinar remonta ao ano de 2014, quando Santiago era juiz da 5ª Vara Cível de Campo Grande e, conforme o banco, praticou “inúmeras arbitrariedades” que estavam prestes a causar prejuízo de R$ 1,4 bilhão.

Na reclamação ao CNJ, o banco informou que o magistrado era recorrente em descumprir determinações do STJ (Superior Tribunal de Justiça), adotando estranhamente “posições que expropriam sumariamente o patrimônio desta instituição financeira”.

Ao CNJ, em sustentação oral, Borges, que representa o desembargador, afirmou que o magistrado não foi desobediente, mas apenas prosseguiu com o trabalho enquanto o STJ não mandou paralisar. “Processo não tem capa e ele simplesmente deu sequência às execuções provisórias”.

Por fim, pediu a absolvição “para um magistrado ficha limpa, de 70 anos de idade e quase 40 anos de magistratura”.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias