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Cidades

Com denúncias de assédio, presidente da Caixa deve pedir para deixar o cargo

A expectativa é que a demissão de Pedro Guimarães seja anunciada até às 15h desta quarta-feira

Ana Paula Chuva | 29/06/2022 12:52
Pedro Guimarães é alvo de denúncias de assédio sexual contra funcionárias da Caixa. (Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil)
Pedro Guimarães é alvo de denúncias de assédio sexual contra funcionárias da Caixa. (Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil)

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, 51 anos, deve deixar o cargo ainda nesta quarta-feira (29), após diversas acusações de assédio sexual relatadas por funcionárias da instituição. O caso foi revelado na terça-feira (28) e a substituta de Guimarães já foi escolhida.

No fim do ano passado, um grupo de funcionários decidiu denunciar as situações de assédio cometidas por Pedro. Os relatos foram enviados ao portal Metrópoles e foram revelados na tarde de terça-feira. Todas as supostas vítimas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.

Cinco das mulheres, que pediram para ter a identidade preservada, relataram toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos. As acusações levaram então o MPF (Ministério Público Federal) a abrir uma investigação, que está sob sigilo.

“É como ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”, diz uma das mulheres. “Ele já tentou várias vezes avançar o sinal comigo. É uma pessoa que não sabe escutar não”, alega outra denunciante.

Em outro relato, a funcionária afirma que durante uma das viagens, que faziam parte do programa Caixa Mais Brasil, foi convidada por Pedro para ir até uma sauna nos horários de folga e após ter negado, recebeu um beliscão do presidente da instituição.

Outra vítima alegou ainda que em uma das viagens pelo mesmo programa foi questionada por Guimarães. “E se o presidente quiser transar com você?”, teria dito o acusado. Além disso, diversas vítimas afirmaram que eram chamadas para ir ao quarto de Pedro durante os itinerários a trabalho.

Secretária especial de Produtividade e Competitividade, Daniella Marques, em evento no Sebrae (Foto: Washington Costa)
Secretária especial de Produtividade e Competitividade, Daniella Marques, em evento no Sebrae (Foto: Washington Costa)

"Insustentável" - Diante das acusações, interlocutores no Palácio do Planalto, afirmaram que manter Pedro no cargo se tornou insustentável, segundo o jornal Folha de S. Paulo e que a saúda teria de ser via colegiado da Caixa ou por renúncia.

Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) chegaram a dizer que o próprio Pedro é quem deveria tomar atitude, mas minimizaram o impacto que as denúncias possam ter sobre o projeto de reeleição.

No entanto, ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, Bolsonaro já teria escolhido Daniella Marques, braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, como substituta de Pedro. Ela é a secretaria especial de Produtividade, Emprego e Competitividade e já vinha liderando a agenda Brasil Pra Elas, programa focado no público feminino.

Ainda conforme o portal, aliados de Jair teriam ainda se irritado com a residência de Guimarães para deixar o cargo e passaram a manhã pressionando o presidente para demiti-lo. A expectativa é que a   demissão de Pedro seja feita até às 15h de hoje, antes de Bolsonaro participar de debate na CNI (Confederação Nacional da Indústria).

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