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Cidades

Com foto do ex, cantora Perlla recupera pulseira de ouro apreendida pela PF

Com imagem de 2008, a cantora provou que pulseira apreendida durante operação era dela

Por Silvia Frias | 05/12/2023 12:15
O então jogador Leo Moura com a pulseira que a Justiça irá devolver à cantora Perlla (Foto/Arquivo)
O então jogador Leo Moura com a pulseira que a Justiça irá devolver à cantora Perlla (Foto/Arquivo)

O juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Bruno Cezar da Cunha Teixeira, autorizou a devolução de pulseira de ouro com pedras de zircônio para a cantora carioca Perlla. O objeto de 27,3 gramas estava na lista dos bens apreendidos durante a Operação La Casa de Papel, deflagrada pela Polícia Federal em 2022, em que o marido dela, Patrick Abrahão Santos Silva figura como acusado de envolvimento em esquema milionário de pirâmide financeira

Em 2008, a pulseira havia sido usada pelo então namorado da ex-funkeira, o jogador Léo Moura, e consta de registro fotográfico que auxiliou na liberação da peça, já que teria sido adquirida antes da relação com Patrick Abrahão.

O deferimento consta que despacho publicado nesta terça-feira (5) no Diário da Justiça Federal.

O pedido feito por Perla Abrahão Fernandes (sem o L dobrado que consta no nome artístico) relembra que várias joias foram apreendidas no dia 19 de outubro de 2022, por conta de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, durante a Operação La Casa de Papel.

Perlla e o marido, Patrick Abrahão em foto postada no Instagram (Foto/Arquivo pessoal)
Perlla e o marido, Patrick Abrahão em foto postada no Instagram (Foto/Arquivo pessoal)

No documento, consta que a cantora nunca figurou como investigada e que os itens estavam no segundo andar da casa, cômodo usado por ela. “Aduz que é uma mulher mundialmente conhecida no mundo artístico, em decorrência de sua renomada carreira de cantora, possuindo autonomia financeira em relação ao seu marido, e que possui algumas joias há mais de quinze anos”. Um dos maiores hits de Perlla é a música "Tremendo Vacilão", de 2006.

O MPF (Ministério Público Federal) foi contrário ao pedido, argumentando que há indícios de que os bens apreendidos tenham sido adquiridos com recursos provenientes dos crimes investigados na operação. Além disso, Perlla não teria conseguido comprovar, com documentos, ter sido capaz de arcar com aquisição dos bens reivindicados.

Os advogados de Perlla juntaram nova petição, com link de reportagem que mostra o então jogador Léo Moura, do Flamengo, que era namorado dela, ostentando a pulseira de ouro e pedras de zircônio com o nome “Perlla” gravado. No título, veiculado em novembro de 2008 pelo Globo Esporte, a informação: “Leo Moura carrega no pulso amor à noiva”. O relacionamento acabou em 2009.

Na decisão, o juiz concedeu deferimento parcial à cantora. Bruno Teixeira recorreu ao artigo 120 do Código Penal que a restituição de bem poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.

Sobre os outros bens pedidos pela cantora, mas não detalhados na decisão, o magistrado considerou que, mesmo Perlla não tendo envolvimento com o ilícito apurado na operação, “não restou evidenciado que as joias apreendidas foram adquiridas por ela com recursos financeiros exclusivos, de modo que há dúvidas acerca da origem ilícita do bem”.

Garoto-propaganda – No dia 6 de julho deste ano, Patrick Abrahão  foi acusado dos crimes de organização criminosa internacional, operação ilegal de instituição financeira, gestão fraudulenta, crime contra o patrimônio da União e crime ambiental e lavagem de dinheiro. Também foram acusados Diego Ribeiro Chaves, Fabiano Lorite de Lima, Diorge Roberto Araújo Chaves e Ivonélio Abrahão Silva, o último, pai de Patrick.

O rastro do esquema começou a ser seguido em 20 de agosto de 2021, na apreensão de 2,35 quilos de esmeraldas e prisão de Fabiano Lorite, Cláudio Barbosa e Jean Pessoa de Souto, em abordagem feita pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Rio Brilhante. As pedras estavam avaliadas em R$ 508 mil.

Conforme a denúncia ofertada pelo MPF (Ministério Público Federal), os acusados integraram a organização criminosa, pelo menos, no período entre maio de 2019 a outubro de 2022.

Os acusados eram parte do grupo empresarial denominado Trust Investign, por meio do qual realizavam a captação de recursos financeiros de terceiros, dentro e fora do Brasil, e aplicavam sem autorização legal no mercado de criptomoedas e outros ativos, assumindo as “feições de uma pirâmide financeira”, cita a denúncia.

É descrito que a TRUST INVESTING oferecia serviços de investimentos com rentabilidade impraticável no mercado de ações (0,1% a 5% ao dia, 200% a 500% ao ano), contudo a empresa não existia oficialmente, de maneira documental, e tampouco dispunha de autorização de operação pela Comissão de Valores Mobiliários”, consta na denúncia.

Conforme denúncia do MPF, Patrick Abrahão intitulava-se “number one” da Trust Investing, sendo garoto-propaganda do grupo.

Após ter ficado dez meses preso em Bangu, no Rio de Janeiro, foi solto em agosto de 2023. Em uma livre realizada logo que saiu da prisão, negou envolvimento nos crimes.

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