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Cidades

Condenado a 80 anos, preso que sumiu da Máxima é recapturado na Bolívia

Laudelino Vieira foi localizado em Santa Cruz de La Sierra; ele fugiu em 2021, durante limpeza do presídio

Por Viviane Oliveira | 25/10/2023 10:28
Laudelino foi preso após a troca de informações entre as polícias federais da Bolívia e do Brasil (Foto: reprodução/ Clave 300)
Laudelino foi preso após a troca de informações entre as polícias federais da Bolívia e do Brasil (Foto: reprodução/ Clave 300)

Líder de organização criminosa em Mato Grosso do Sul e condenado a mais de 80 anos de prisão, Laudelino Ferreira Vieira, de 44 anos, o "Lino", que fugiu da Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande no dia 2 de junho de 2021, foi preso em ação conjunta da Polícia Federal e da Polícia Boliviana.

Vieira foi localizado na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra, distante cerca de 650 km de Corumbá, numa área da urbanização Valle Sánchez, no começo da noite de segunda-feira (23).

Quando foi abordado, Lino tentou esconder a identidade, alegando que seu nome era Claudimar Ferreira, mas na sequência acabou confessando a verdadeira identidade. A Polícia Boliviana investiga ainda qual a atividade que o foragido exercia em Santa Cruz, onde estava desde que fugiu do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande.

Em nota, a PF informou que a prisão ocorreu após a troca de informações entre as duas instituições policiais, devido a acordos de cooperação policial internacional. Lino tem uma extensa ficha criminal por crimes de tráfico internacional de drogas, latrocínio, roubo majorado e homicídio. O preso foi extraditado da Bolívia e entregue às autoridades brasileiras.

Foto tirada em 2010, quando foi preso após confronto com a polícia (Foto/Divulgação)
Foto tirada em 2010, quando foi preso após confronto com a polícia (Foto/Divulgação)

Mandante de roubo - Após protagonizar fuga misteriosa, o nome de Laudelino surgiu como um dos mandantes do roubo das três aeronaves do Aeroclube de Aquidauana, na madrugada do dia 6 de setembro de 2021.

Lino foi citado no depoimento de Cristhofer Cristaldo Rocha, de 20 anos, preso junto com Roger Breno Wirmond dos Santos, o “Zoio”, de 22 anos, em Anastácio, por participação no crime. Segundo os dois presos, em Aquidauana, o roubo das aeronaves também foi pensado por Lazaro da Silva Ramires, já preso e processado por crimes de tráfico de drogas e furto qualificado (por mais de uma vez).

O “gerente” da quadrilha, no entanto, precisava repassar as informações do crime para outras pessoas. Uma delas, era Lino. No dia 30 de agosto, Lazaro teria atendido várias chamadas de vídeo feitas pelo foragido. Nas conversas, exigia saber dos detalhes do crime, como a chegada dos pilotos e copilotos bolivianos a Mato Grosso do Sul.

Avião roubado por Laudelino Vieira, segundo a polícia, em Aquidauana, em 2021 (Foto/Divulgação/Polícia Civil)
Avião roubado por Laudelino Vieira, segundo a polícia, em Aquidauana, em 2021 (Foto/Divulgação/Polícia Civil)

Integrante de quadrilha - Laudelino Vieira é integrante de quadrilha que também roubou três aviões e matou o empresário Luís Fernandes de Carvalho em Corumbá, em 2004. Se somadas, suas condenações nos mais diversos crimes ultrapassam 80 anos de prisão.

Em 2015, ele foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado pela tentativa de assassinato de policiais rodoviários federais em julho de 2010, quando ele e um comparsa foram baleados, após furar um bloqueio e disparar 10 tiros contra as equipes na BR-262, em Terenos. Eles tentavam trazer cocaína da Bolívia.

Laudelino ainda foi condenado por tentativa de homicídio, tráfico de drogas e uso de documentos falsos, em nome de Jairo dos Santos. Cumpria pena na Máxima de Campo Grande, quando "sumiu" durante o expediente de limpeza da unidade. Ele tinha autorização para trabalhar na faxina da escola localizada no interior do presídio. A suspeita é de que ele tenha se escondido em um dos carros de empresa terceirizada.

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