Corte de abono e jornada de 8 horas geram ameaça de greve na Educação
Administrativos da Educação estadual se reuniram nesta sexta-feira e aprovaram indicativo de greve caso governo estadual não recue de propostas; categoria também pede reajuste
Reunião entre servidores administrativos da Educação estadual que atuam em Campo Grande, na tarde desta sexta-feira (26), resultou na aprovação de indicativo de greve por tempo indeterminado, desde que o governo mantenha a proposta de não conceder reajuste e, ainda, cortar o abono salarial de R$ 200. A deliberação foi tomada por cerca de 400 trabalhadores do Sintede (Sindicato dos Trabalhadores Administrativos da Educação) na sede da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul).
Além de cobrarem um aumento salarial com base na inflação dos últimos 12 meses e a incorporação do abono salarial em seus vencimentos, os administrativos ainda pedem a manutenção da jornada de seis horas diárias para o setor –a partir de 1º de julho, o governo estadual deliberou que todos os servidores com jornada original de oito horas diárias e 40 semanais deverão retornar a esta carga de trabalho.
Wilds Ovando, presidente do Sintede, afirmou que os administrativos reclamam que “nos últimos quatro anos não tivemos reajuste satisfatório”, ao mesmo tempo em que vê os servidores “penalizados” com o aumento da jornada para oito horas e a retirada do abono. “Vamos entrar em greve por tempo indeterminado caso este cenário não mude”, declarou.
Presidente da Fetems, Jaime Teixeira afirma que os administrativos da Educação, bem como servidores da Saúde e da Segurança ameaçam a paralisação conjunta. “Todos juntos na luta para manter os nossos direitos adquiridos e contra a reforma da previdência“, emendou. Servidores da Educação prometem se reunir às 13h30 de 7 de maio, novamente na Fetems, para deliberar sobre a paralisação –caso não haja recuo do governo em suas propostas.
As medidas anunciadas pelo governo para as negociações salariais neste ano, balizadas nos efeitos da crise dos últimos anos, começaram a ser discutidas nesta semana com setores do funcionalismo. Algumas categorias se retiraram da mesa de negociações por discordarem das propostas. Na quinta-feira (25), representantes do funcionalismo seguiram para a Assembleia Legislativa, a fim de solicitar apoio dos deputados estaduais na negociação –na semana que vem, o Executivo estadual deve se posicionar sobre a manutenção do abono, que já deve ser cortado no pagamento de maio.