Decreto que liberou Educação Infantil norteia escolas para volta do Ensino Médio
O principal ponto aguardado pelas escolas é quanto à capacidade máxima permitida por sala e espaçamento.
Na expectativa de voltar às aulas no dia 19, principalmente depois da reunião de ontem entre Ministério Público Estadual e Prefeitura, as escolas particulares que oferecem Ensino Médio estão usando como "norte" o decreto que liberou o retorno da Educação Infantil para as adequações necessárias.
O decreto da Educação Infantil trouxe quatro páginas de critérios que envolvia adequação na estrutura, além de regras que pais, alunos e professores teriam que cumprir. No Colégio Harmonia, são 160 alunos de Ensino Médio, destes 60% espera só a data sair para o retorno.
"A expectativa é muito positiva, o secretário de Saúde sinalizou que a Prefeitura tem total intenção na volta dia 19", comenta otimista o diretor do Harmonia, Tiago Martins.
A escola sustenta que está preparada desde que saiu o decreto da Educação Infantil, há quase 20 dias. "Nós estamos pegando ele de norteador e fazendo, desde então, todas as adequações e compras necessárias para a unidade", afirma Tiago.
Se o decreto do Ensino Médio liberar com restrições de alunos, como o Infantil, com 30% da capacidade máxima por turma, a escola anunciou que vai usar as salas que são do Ensino Fundamental.
"No prédio do Ensino Médio nós também atendemos ao Ensino Fundamental II, então até eles retornarem, nós conseguiremos atender a todos os alunos que pretendem retomar e depois que liberar o Fundamental, aí sim, vamos estabelecer um rodízio para estes alunos", explicou Tiago.
A volta às aulas do Ensino Médio tem um peso maior e foi defendido pelas escolas por conta das provas de vestibular e Enem. Para Tiago, além da interação entre aluno e professor ser diferente quando é presencial, o relacionamento entre os estudantes também é algo necessário.
"A socialização entre os alunos, os professores, tudo isso é muito positivo na rotina dos estudantes, por isso que precisamos voltar às aulas presenciais. É muito estressante para o aluno ficar o dia inteiro em casa, olhando para o computador, por mais que as aulas estejam sendo dadas", acredita.
No Colégio Dom Bosco, por exemplo, a expectativa está sendo pela saída do decreto, para então programar a volta dos 350 alunos. "Os equipamentos necessários de proteção já foram comprados, mas é preciso esperar o decreto, porque de repente vem algum detalhe que ainda tenha que fazer adaptação", resume o coordenador Lúdio Silva.
Na semana anterior à data prevista de retorno, dia 19 de outubro, a escola deu recesso para os alunos aproveitando os feriados de Divisão do Estado (11), Dia de Nossa Senhora Aparecida (12) e Dia dos Professores (15).
"Quando sair o decreto, vamos ter que nos organizar, porque ele vai prever uma série de medidas. Se for igual ao infantil, vai precisar do termo de consentimento de cada pai e isso leva um tempo", justifica Lúdio. "Então quando sair este decreto, vamos analisar e pode ser que a gente não volte imediatamente no dia 19", completa.
O principal ponto aguardado pelas escolas é quanto à capacidade máxima permitida por sala e espaçamento. "Ontem, discutimos exatamente isso, se vai limitar em 30% e a questão da distância entre as mesas. É uma série de coisas que precisamos esperar estar com a lei na mão para falar e se adequar".
Quanto à ansiedade de pais e alunos, Lúdio comenta que os estudantes estão "desesperados" para retornar. "Tanto pelo contato com os professores, como entre os próprios alunos, este é um sentimento geral", frisa.
Conforme acordo feito entre Prefeitura, Ministério Público e representantes das escolas, para o retorno, a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva), em Campo Grande, terá de ser menor que 75%, na ocasião.