Em 14 dias, covid matou mais do que a influenza em 13 anos
Foram 8 vítimas em 2020 das variantes da gripe influenza; campanha de vacinação dessa doença atingiu mais de 90% do público-alvo
Negar a pandemia pode ser um caminho fácil para aqueles que não querem ficar em casa e tomar medidas básicas de higiene. Apesar disso, confrontar números oficiais dos governos federal e estadual é tarefa mais difícil quando o assunto é o estrago causado pela covid-19.
Bastou apenas os últimos 14 dias para que a doença causada pelo coronavírus matasse mais pessoas do que a gripe influenza matou em 13 anos desde que o primeiro caso foi confirmado em Mato Grosso do Sul, ainda em 2009.
Com base em dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde) e do Ministério da Saúde, o Campo Grande News comparou a quantidade de pessoas levadas por essas duas doenças e concluiu que entre 30 de dezembro e 12 de janeiro foram 317 vítimas da covid, enquanto entre 2009 e 2021 há 304 mortes pelos vários tipos da influenza.
Entre as doenças catalogadas oficialmente estão a H1N1, a influenza A H3N2, a influenza a "não subtipado" e a influenza B.
Vacinação - Com oito mortes registradas pela influenza em 2020 no Estado, mais de 90% do público-alvo da campanha de vacinação foi imunizado nas três fases feitas ao longo do ano, segundo publicação feita pela SES.
Ainda conforme a pasta, a imunização disponível em Mato Grosso do Sul protege contra os três subtipos do vírus influenza que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS (Organização Mundial da Saúde).
O grupo prioritário era formado por idosos, trabalhadores da saúde, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas, profissionais das forças de segurança, população privada de liberdade, adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional, motoristas de caminhões, transporte coletivo e portuários, indígenas, crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade, pessoas com deficiência, gestantes e puérperas até 45 dias, adultos de 55 a 59 anos de idade e professores da rede pública e privada.
Mesmo que não seja eficaz contra o coronavírus, autoridades afirmam que ela auxiliou profissionais de saúde na exclusão do diagnóstico para a covid-19, de forma a aprimorar o rastreio dessa doença, já que os sintomas são parecidos, além de reduzir a procura hospitalar.
A efeito de comparação, em 2020, a dengue matou 42 pessoas entre os meses de janeiro e agosto. Comparando com o total de óbitos por covid-19 nesse ano, é como se houvesse um óbito por dengue para 61 por coronavírus.