Em 2023, cerca de 8,5 toneladas de carne clandestina foram apreendidas em MS
Somente no mês de maio, Mato Grosso do Sul teve três casos de apreensões na Capital e no interior
Apreensões de carnes clandestinas, impróprias para consumo, se tornaram comuns nas últimas semanas em Mato Grosso do Sul. Somente no mês de maio, foram três casos em Campo Grande e no interior do Estado. No ano, já são 8,5 toneladas de alimentos recolhidos, 2 toneladas foram apenas em maio.
A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária e Animal) e a Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), diante dos casos, montou uma força-tarefa para realizar fiscalizações.
Os problemas registrados foram alimentos vencidos, embalados de forma irregular, guardados com larvas e moscas, além de carnes de caça.
O caso mais grave foi em Ribas do Rio Pardo, distante 98 km da Capital, onde mais de 6 toneladas de carne foram apreendidas em açougue clandestino que abatia animais, no final de abril.
Orientações - Ao adquirir produtos de origem animal, é importante verificar as informações contidas nos rótulos e embalagens. Além disso, procure pelo registro do produto junto aos órgãos competentes, como o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a Iagro, no caso de Mato Grosso do Sul.
Os órgãos orientam que tais registros garantem que o produto foi produzido e comercializado de acordo com as normas sanitárias vigentes. O consumidor deve sempre olhar a data de validade do produto e certificar de que esteja dentro do prazo adequado para consumo. O número do lote permite rastrear o produto até sua origem em casos de necessidade.
Produtos de origem animal devem ser comprados somente em estabelecimentos autorizados e registrados pelos órgãos competentes. Esses locais passam por inspeções regulares e seguem boas práticas de higiene e segurança alimentar.
Antes de adquirir produtos de origem animal, pesquise sobre a reputação do fabricante, marca e do estabelecimento. Verifique se há registros de problemas anteriores relacionados à qualidade ou segurança dos alimentos produzidos ou armazenados por eles. Caso observe alguma irregularidade, denuncie para a Iagro ou polícia.
Casos recentes - O Campo Grande News noticiou, somente na primeira quinzena deste mês, quatro apreensões. No dia 4, o açougue do Supermercado Pinheiro, no Bairro Bosque Santa Mônica, em Campo Grande, foi fechado por vender 452 kg de carne com moscas.
Além do açougue, a padaria também foi lacrada. Ambos não tinham alvará da Vigilância Sanitária e o supermercado está com a licença para exercício do serviço vencida. O dono, de 41 anos, foi preso no local. Entre as carnes vendidas estavam a bovina, linguiças, charque e outras.
No dia 10, a Polícia Civil e o Procon (Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor) fecharam a Mercearia & Sacolão São Marcos, no Bairro Guanandi, também na Capital. Ao todo, 400 kg de carnes foram apreendidas e o dono foi preso.
No dia seguinte, Açougue do mercado Molina e a marmitaria Sabor D'hora, localizados no Portal Caiobá, foram interditados após a Decon encontrar carne bovina vencida e possível carne de paca e pato.
O proprietário dos dois locais, de 50 anos, foi preso em flagrante por cometer o crime de vender produto de desacordo com a legislação legal e por crime contra o meio ambiente.
Mais de 1 tonelada - O Dia do Consumidor, na segunda-feira (15), teve ação da Iagro e da Decon com a prisão de duas pessoas e apreensão de 1,5 tonelada de carnes e embutidos no município de Laguna Caarapã, distante 305 km da Capital.
Em uma casa de carnes, policiais e fiscais apreenderam 392 quilos de carne bovina, que teria origem em abate clandestino, 6 quilos de linguiça toscana e 5,3 quilos de linguiça caseira. O dono do estabelecimento de 60 anos foi preso.
Já em um mercado, a força-tarefa apreendeu 1,1 mil quilos de produtos impróprios para o consumo, incluindo quase meia tonelada de carne bovina oriunda de abate feito em propriedade rural do proprietário e sem o selo do serviço de inspeção. O comerciante, de 56 anos, também acabou preso. Os alimentos impróprios foram enterrados pelas equipes de fiscalização.
O caso mais grave foi observado em Ribas do Rio Pardo, com o abatedouro clandestino. A situação foi descoberta no final do mês de abril. O município sediou a chamada Operação Civitas, que investigou o local após denúncias.