Empresa de engenharia se defende de denúncia sobre falsa oferta de emprego
O caso veio à tona na semana passada, quando trabalhadores procuraram sindicato para denunciar problemas
Empresa de engenharia responsável por selecionar soldadores para trabalhar na construção da fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, a Enesa enviou nota esta tarde ao Campo Grande News afirmando que “todas as vagas oferecidas são reais e estão de acordo com a legislação trabalhista e acordo coletivo vigente”.
O caso veio à tona na semana passada, quando trabalhadores procuraram o Sinticop-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada de Mato Grosso do Sul) para denunciar más condições, propaganda enganosa de emprego e ameaça.
“Reiteramos ainda que a exigência no processo de recrutamento e seleção de soldadores faz com que as métricas de aprovação atendam a critérios de segurança correlacionados diretamente à qualidade da soldagem executada, portanto, para aprovação de um candidato, se faz necessário o acompanhamento dos testes laboratoriais realizados em corpos de prova”, explica a empresa.
Afirma ainda que os trabalhadores, ao virem a Campo Grande, foram hospedados “com todas as condições cabíveis de habitação, alimentação e recursos para atendimento de suas necessidades básicas” e que nos casos em que o candidato reprovou no teste, “conduzimos os mesmos para retorno a sua cidade de origem e realizamos o pagamento de suas despesas de acordo com o ACT 2023/2024 vigente”.
Também na semana passada, acordo entre a empresa, o sindicato e o MPT (Ministério Público do Trabalho) determinou que em 48 horas (válidas desde a última sexta-feira) a empresa e o sindicato formalizem lista com nomes de todos os soldadores que precisam retornar para casa e a entregue ao ministério em 72 horas. O valor do salário previsto (cerca de R$ 3 mil) ainda servirá de base para aferir valor de multa a ser aplicada por quebra de acordo coletivo.
Os trabalhadores listados terão direito a voltar para casa de avião, desembarcando no aeroporto mais próximo da moradia e caso seja em outra cidade, o transporte terrestre também será custeado pela Enesa.
Por fim, a empresa reforça que todas as documentações que provam a “lisura de nossas atividades referentes a situação apontada se encontram a disposição para avaliação” e que “somos uma empresa consolidada no mercado há mais de 45 anos, sempre mantendo a preocupação com as questões relacionadas a sociedade, meio ambiente, saúde e segurança, atendendo diretrizes éticas e transparentes que visam agregar maiores oportunidades no mercado, considerando todas as interfaces ligadas direta ou indiretamente em nossas atividades”.
O sindicato informou à reportagem que o prazo para quitação verbas será dia 23 de maio e que as planilhas serão atualizadas diariamente como nomes dos soldadores. "A empresa também se comprometeu em ajustar a cláusula do acordo coletivo que permite prazo 5 dias para testes", disse o presidente Walter Vieira dos Santos.