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Cidades

Ex-presidente de Conselho de Medicina em MS será investigado pela CPI da Covid

Mauro Luiz de Brito também é ex-diretor da Santa Casa e hoje, responde pelo Conselho Federal de Medicina

Adriano Fernandes | 06/10/2021 19:21
Presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Mauro Luiz de Brito Ribeiro. (Foto: Reprodução/YoutubeCFM)
Presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Mauro Luiz de Brito Ribeiro. (Foto: Reprodução/YoutubeCFM)

O presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Mauro Luiz de Brito Ribeiro, foi incluído na lista de investigados pela comissão da CPI da covid-19, nesta quarta-feira (06). O anúncio foi feito nesta tarde pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB), que justificou o seu pedido devido ao suposto apoio de Mauro Luiz ao "negacionismo", durante a pandemia.

Mauro Luiz de Brito é ex-servidor da prefeitura da Capital e cirurgião geral do Hospital Regional de MS. Ele também é ex-presidente do CRM-MS e ex-diretor clínico da Santa Casa de Campo Grande, além de professor de Medicina em duas universidades de Campo Grande.

“Em função dos fatos verificados na investigação, na apuração, eu queria elevar à condição de investigado o senhor Mauro Luiz de Brito Ribeiro, que é presidente do Conselho Federal de Medicina, pelo apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes e os defendeu publicamente e pela omissão de fatos criminosos”, justificou Calheiros, durante a sessão desta tarde.

Sobre a “omissão” do CFM, o relator se referiu às denúncias feitas contra o plano de saúde Prevent Senior, acusado de ocultar mortes de pacientes por covid-19 e de pressionar médicos a prescreverem remédios ineficazes contra a doença. Logo após o anúncio de Calheiros, Mauro Luiz de Brito divulgou nota em que disse não estar surpreso com a decisão, “diante da narrativa falaciosa adotada pela CPI ao longo de sua existência”.

“Os membros da CPI deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a covid-19, e não dar voz ao Conselho Federal de Medicina (CFM) como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida”, diz trecho da nota, publicada pelo site G1.

“Diante disso, eu – assim como o CFM – mantenho firme minhas convicções em favor da autonomia do médico e do paciente, princípio milenar hipocrático que é pilar da prática da medicina, o qual deve ser defendido – hoje e sempre – sob qualquer circunstância", conclui a nota.

Para além de Mauro Luiz, o senador Renan Calheiros também incluiu outras quatro novas pessoas na lista de investigados da comissão: o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos; o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury; o empresário Danilo Trento, diretor institucional da Precisa Medicamentos; e Marcos Tolentino, dono de uma rede de televisão suspeito de ser “sócio oculto” do FIB Bank, instituição que concedeu uma carta-fiança no contrato da vacina indiana Covaxin. Com a inclusão dos novos nomes, a lista de investigados na CPI da covid já conta com 37 pessoas.

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