ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, TERÇA  26    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

Governo mantém “gancho” para professor punido, mas muda regra sobre salários

Governo alterou regulamentação de 2020 sobre punição para professores temporários

Por Maristela Brunetto | 14/03/2024 07:12
Secretaria criou regras para abrir processo administrativo e punir professores convocados (Foto: Arquivo/ Juliano Almeida)
Secretaria criou regras para abrir processo administrativo e punir professores convocados (Foto: Arquivo/ Juliano Almeida)

A Secretaria de Estado de Educação publicou uma resolução alterando texto de 2.020 sobre como vai funcionar o procedimento de apuração de faltas funcionais para professores convocados da Rede Estadual de Ensino. Foi mantida a previsão de ficarem impedidos de voltar a dar aula na rede por período de cinco anos se tiverem atitudes consideradas gravíssimas e forem punidos com revogação da convocação após processo administrativo. Para algumas situações, tidas graves, o “gancho”, será de dois anos. A mudança diz respeito ao impacto no vencimento dos investigados.

Pelo novo texto, sendo o professor punido e revogada a contratação, ele pode receber multa que corresponde a 50% da remuneração, a ser paga à Administração em até 10 vezes. Pelo texto anterior, da Resolução Nº 3.777, os professores seguiriam recebendo metade da remuneração enquanto investigados, os punidos com a perda do contrato teriam de devolver o valor, enquanto aqueles inocentados ao final, teriam direito à quantia que ficou suspensa.

O Estado mantém 349 escolas e tem quadro de 17 mil professores, entre convocados e efetivos. As convocações se repetem anualmente e há uma espécie de banco de candidatos. A Resolução Nº 4.294 traz uma série de condutas esperadas dos professores e aquelas que são vedadas, com 17 itens, havendo, ainda, 15 consideradas situações graves ou gravíssimas.

Atitudes menos graves podem ser reprimidas pela própria direção, com advertência, colocando o professor sob monitoramento. Ela também tem autoridade para suspender quem for alvo de uma conduta investigada, em situações como violência, assédio ou importunação sexual. As hipóteses mais graves, assim como a ocorrência de três advertências precisam ser comunicadas à Unidade Setorial de Controle Interno, que deverá cuidar da instauração e condução do procedimento administrativo.

Essa apuração vai ocorrer como em um PAD (processo administrativo disciplinar), previsto para quem é concursado, com oitiva de testemunhas, oportunidade para defesa e, ao final, análise pelo responsável pela pasta, no caso o secretário de Educação. A investigação deve durar 30 dias, com possibilidade de prorrogar por igual período. Pela resolução anterior, o prazo era de 90 dias.

Professores que são ao mesmo tempo concursados e convocados, para outra jornada, serão alvo de dois procedimentos, uma vez que há legislação própria para efetivos no serviço público. Isso também foi uma mudança. Conforme o texto anterior, não havia separação do procedimento para cada tipo de vínculo, sendo a mesma punição aplicada para ambos, a ser imposta pelo governador.

Condutas reprovadas – A resolução elenca uma série de comportamentos esperados dos profissionais, respeito às ordens, zelo e presteza no trabalho, urbanidade, racionalidade no uso de materiais do poder público, agir em público de forma respeitosa com o cargo que ocupa.

As proibições são descritas em 17 itens, como entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades estranhas ao serviço; movimentação político-partidária envolvendo os colegas; retirar materiais públicos sem autorização. O texto alerta que não é aceito depreciar as autoridades em público, podendo fazer crítica assinada sobre aspectos profissionais da pessoa.

Já as situações graves ou gravíssimas se concentram em 15 condutas, como a prática de crime, condenação, envolvimento com jogo, acumulação irregular de cargo e divulgação de informação que exigia segredo.

O texto completo pode ser consultado na edição desta terça-feira do Diário Oficial do Estado.

Nos siga no Google Notícias