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Cidades

Imunização só virá em semanas, mas fronteira já tem queda de óbitos

Imunidade com Janssen deve aparecer entre 14 a 28 dias, mas óbitos na região de fronteira já estão em queda

Guilherme Correia | 14/07/2021 10:22
Fila para vacinação em Antônio João, um dos municípios contemplados (Foto: Reprodução)
Fila para vacinação em Antônio João, um dos municípios contemplados (Foto: Reprodução)

Desde que começou a vacinação em massa na fronteira de Mato Grosso do Sul, os 13 municípios que a compõem, juntos, tiveram redução aproximadamente 83% dos óbitos por covid-19, segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde). Eram cerca de três mortes diárias quando teve início a ação e agora o índice aponta para 0.57 óbito/dia.

É importante ressaltar que, conforme o próprio secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirmou nesta semana, os efeitos dessa campanha só devem aparecer daqui 15 dias e os dados podem vir a apresentar divergências nas próximas semanas, já que a imunidade das doses únicas da Janssen exigem no mínimo duas semanas para se concretizar.

Portanto, os resultados científicos ainda serão publicados pelos pesquisadores envolvidos no estudo imunológico na região fronteiriça.

Sobre essa pequena redução, o infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que conduz esse estudo, comenta que por enquanto é difícil diferenciar se essa redução se dá por conta da imunização em massa ou por outros fatores. "Houve uma aceleração na vacinação, mas já estava na tendência de queda", observa.

A reportagem somou todas as confirmações de vítimas em Mundo Novo, Japorã, Sete Quedas, Paranhos, Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antônio João, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Corumbá e Ladário, que estão inclusas em estudo imunológico elaborado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

O começo dessa ação aconteceu em 2 de julho, mas os municípios só começaram a completar a imunização dessas populações por volta de da última sexta-feira (9).

Vale lembrar que no caso dos imunizantes da Janssen, de dose única, a imunidade costuma aparecer após período de 14 a 28 dias, dependendo do organismo da pessoa que foi vacinada, e portanto não haveria como estimar exatamente, neste momento, qual os impactos benéficos dessas aplicações.

Ainda assim, segundo o banco de dados epidemiológicos, os dois últimos óbitos registrados nesses lugares aconteceram, ambos, no último domingo (11). Tratam-se de um homem, de 41 anos, em Corumbá, e um idoso, de 91 anos, em Ponta Porã. Nos últimos dias não foram feitas novas confirmações.

Durante coletiva nesta manhã, a secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone, destacou que nenhuma vacina impedirá com que pessoas contraiam o vírus, em geral, mas tem objetivo de reduzir as chances de que haja um agravamento do paciente infectado.

"A vacina reduz o óbito, mas a experiência da doença pela circulação viral pode continuar acontecendo, e por isso é importante que mesmo imunizado, enquanto não tenhamos imunidade coletiva, que é a imunidade que a gente tanto quer. Você precisa usar máscara, higiene das mãos e evitar aglomerações", afirmou.

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