Juiz manda tirar R$ 30 mil de “Faraó dos Bitcoins” para ressarcir cliente de MS
Decisão, em caráter liminar, foi tomada pelo juiz Juliano Rodrigues Valentim, da 3ª Vara Cível Residual
A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou o sequestro de R$ 30 mil das contas bancárias já bloqueadas de Glaidson Acácio dos Santos, mais conhecido como “Faraó dos Bitcoins”, e das empresas dele para garantir o futuro ressarcimento à servidora pública aposentada, de 57 anos. Ela havia contratado os serviços do empresário para investir o valor no mercado das criptomoedas quando ele foi preso, em agosto do ano passado, na Operação Kryptos, da PF (Polícia Federal).
Na decisão, o juiz Juliano Rodrigues Valentim, da 3ª Vara Cível Residual de Campo Grande, entende que é necessária a medida “ante a cifra da dívida da empresa contratada, na ordem de R$ 19 milhões, sem contar a informação de lesão a diversos clientes e o ajuizamento de demandas com o mesmo intuito da presente, com medidas de bloqueio de bens já concedidas em outros estados”.
A determinação da apreensão do valor, em caráter liminar, permitirá a devolução do montante à aposentada se, ao fim da ação judicial, ela provar que foi vítima de golpe.
Mais de 1 milhão - Em abril, o Campo Grande News havia apurado que o “Faraó dos Bitcoins” já era alvo de processos abertos por clientes de Campo Grande e Corumbá que investiram em criptomoedas. As ações totalizavam R$ 1 milhão.
As vítimas relataram promessas de retorno exorbitante para os investimentos. Alguns dos alvos foram fisgados em festa cheia de glamour, regada a uísque importado, champanhe francesa e vinhos caríssimos.
O “Faraó dos Bitcoins” é acusado de comandar um esquema de fraudes bilionárias a partir de sistema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas. Pelo menos, R$ 38,2 bilhões foram movimentados entre os anos de 2015 e 2021, no Brasil e no exterior.
Presa em fevereiro deste ano, em Campo Grande, a advogada Eliane Medeiros de Lima se tornou alvo da Operação Kryptos por enviar R$ 324 milhões a países estrangeiros. Conforme divulgado pelo jornal Extra, em outubro de 2021, a PF (Polícia Federal) chegou a indiciar a advogada, dona de corretora de criptomoedas, por enviar a países estrangeiros o segundo maior montante associado à GAS, marca de Glaidson Acácio dos Santos.