Justiça manda devolver avião a Gerson Palermo, chefe do tráfico internacional
Aeronave havia sido sequestrada durante investigação da PF contra o piloto Gerson Palermo, condenado a 59 anos de prisão
A Justiça Federal determinou a restituição de aeronave ao piloto Gerson Palermo, condenado a 59 anos e dois meses de prisão por tráfico internacional de droga, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
Na decisão do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal, constam, ainda, as restituições de bens de outros denunciados e/ou investigados em processos de narcotráfico internacional, associação e lavagem de dinheiro, como a mulher de Gerson, Silvana Melo Sanches, a filha dele, Giuliana Palermo Carloni, o genro, Caio Luiz Carloni e o comparsa Nabih Roberto Awada.
Entre os bens restituídos dos outros citados estão três carros, moto, casa em Corumbá, fazenda em Sidrolândia, Londrina (PR) e aparelhos eletrônicos.
Segundo decisão divulgada hoje no Diário da Justiça Federal, consta que foi determinada depois que a MPF (Ministério Público Federal) não recorreu da sentença que restituiu os bens. Na investigação inicial, constava que a aeronave modelo Cessna 210k, prefixo PR-WML, teria sido adquirida com recursos oriundos do narcotráfico, mas Palermo foi absolvido do crime de lavagem de dinheiro neste caso, não sendo comprovada a ilicitude.
Alguns dos bens, como os veículos em nome de Silvana e Giuliana, já foram arrematados em leilões da Justiça Federal e, por isso, o magistrado determinou que a CEF (Caixa Econômica Federal) faça a transferência integral dos valores relativos aos arremates.
Histórico – Gerson Palermo está preso desde março de 2017 e condenado em agosto de 2019, a partir da Operação All In, da Polícia Federal. Palermo é piloto, acumula passagens pela polícia desde 1991, sendo considerado chefe do tráfico de drogas.
Com bases em Mato Grosso do Sul e no Paraná, o grupo foi investigado entre abril de 2016 e março de 2017.
Durante a investigação, foram apreendidas 810 quilos de cocaína. Em 27 de abril de 2016, o primeiro flagrante recolheu 504 quilos da droga. A apreensão foi em Cubatão (SP).
A filha do piloto, Giuliana Palermo, foi presa em Campinas, no dia 17 de setembro, na Operação Breaking Bad, realizada em MS e São Paulo.
Giuliana é esposa de Caio Luiz Carloni, preso em Santos, litoral paulista, com meia tonelada de cocaína. Ligações interceptadas pela Polícia Federal registraram Gerson Palermo arquitetando uma fuga cinematográfica para o genro, em 2018.