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Cidades

Mantido afastamento de policial que está na lista do maior pagador de propina

Ele foi alvo da quarta fase da operação Nepsis, em que a PF investiga a Máfia do Cigarro

Aline dos Santos | 06/10/2020 12:56
Um dos presos na operação Nepsis, em setembro de 2018 (Foto/Arquivo: Adilson Domingos)
Um dos presos na operação Nepsis, em setembro de 2018 (Foto/Arquivo: Adilson Domingos)

A Justiça Federal manteve o afastamento do policial civil Ivan Zacarias Ramos de Almeida, alvo da quarta fase da operação Nepsis, realizada pela PF (Polícia Federal) contra a Máfia do Cigarro.

Segundo a investigação, ele aparece na lista de pagamentos apreendida com Gilvani da Silva Pereira. O valor mensal era de R$ 6 mil.

Gilvani é apontado como principal responsável por distribuir propinas a policiais militares e civis enredados na Máfia do Cigarro, que atua para que o produto contrabandeado do Paraguai circule livremente por Mato Grosso do Sul.

No celular de Gilvani, foram encontradas conversas com Ivan que, aparentemente, tratavam da liberação de carreta de cigarros.

No processo, a defesa de Ivan afirmou que o inquérito policial não foi concluído, o afastamento já dura por 120 dias e que sofre prejuízos no quesito progressão funcional. A sugestão ao Poder Judiciário foi de que o afastamento fosse restrito a cidades de fronteira e de delegacia responsável por combate ao contrabando.

 A Justiça de Ponta Porã manteve o afastamento de Ivan até o esclarecimento sobre sua eventual participação no esquema.

“Não se deve ignorar que a persecução penal em curso envolve organização criminosa multifacetada, com ampla atuação de agentes e que tinha a peculiar circunstância de adotar medidas preventivas com o intuito de obstar as ações investigatórias do Estado”, informa a decisão.

O grupo recorria ao uso de comunicação criptografada, a troca constante de chips e telefones celulares e registro de linhas telefônicas em nome de terceiros.

Batizada de “Arithmoi” (números), a quarta fase da operação Nepsis foi realizada em 28 de maio. As planilhas com nomes foram encontradas em documentos e celulares apreendidos na primeira fase, deflagrada em 22 de setembro de 2018.

 A defesa de Ivan informou que vai ingressar com pedido de habeas corpus no TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª  Região) para que ele retorne à função policial.

"Ele está afastado, mas não foi ouvido, não consegue nem de se defender", afirma o advogado Ronaldo Franco.  (Matéria editada para acréscimo de informação da defesa)

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