Mato Grosso do Sul fica acima da média nacional em assassinatos de mulheres
Houve piora na taxa em relação ao ano anterior e mais da metade das vítimas são negras
Apesar de apresentar uma das menores taxas de homicídio do País nos últimos dez anos, Mato Grosso do Sul fica acima da média nacional quando se trata do assassinato de mulheres em 2018. De acordo com o Atlas da Violência divulgado nesta quinta-feira, pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o Estado registra taxa de homicídio de 4,8 por 100 mil mulheres, enquanto a média nacional é 4,3. As mulheres negras são as maiores vítimas.
O número faz o estado ficar entre os 15 piores em morte de mulheres. No estado de Roraima, por exemplo, a taxa é de 20,5.
Houve piora no cenário de violência contra mulher em relação ao ano de 2017, tendo Estado avançado cinco posições no ranking. No levantamento anterior, o Estado tinha apresentado taxa menos e abaixo da média nacional.
O resultado é reflexo do aumento no número de mulheres assassinadas. Em 2017, 61 homicídios foram registrados contra 66 em 2018. Em 2014, o número chegou a 85 sendo o maior no período de uma década.
Em 2018, 4.519 mulheres foram assassinadas no Brasil, uma taxa de 4,3 homicídios para cada 100 mil habitantes do sexo feminino, o que indica que uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas.
Seguindo a tendência de redução da taxa geral de homicídios no país, a taxa de homicídios contra mulheres apresentou queda de 9,3% entre 2017 e 2018, com redução nas taxas em 19 estados da federação.
Do total de mulheres assassinadas, 57,6% eram negras e 42,4% não-negras, o que indica que este grupo esta mais exposto a violência.
No Brasil, em 2018, 68% das mulheres assassinadas eram negras. Enquanto entre as mulheres não negras a taxa de mortalidade por homicídios no último ano foi de 2,8 por 100 mil, entre as negras a taxa chegou a 5,2 por 100 mil, praticamente o dobro.