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Cidades

Ministério habilita só dois leitos de UTI em MS e em hospital que não existe

Santa Rosa, de Dourados, foi fechado há nove anos

Jones Mário e Gabriel Neris | 14/01/2020 11:58
Hospital Santa Rosa fechou as portas em 2011, reflexo de operação da Polícia Federal (Foto: Reprodução/Google)
Hospital Santa Rosa fechou as portas em 2011, reflexo de operação da Polícia Federal (Foto: Reprodução/Google)

O ministério da Saúde divulgou habilitação de 1.424 novos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em todo o País no ano passado. Segundo a pasta federal, dois deles foram autorizados a funcionar em Mato Grosso do Sul. Porém, em hospital que não existe.

Em nota, o ministério chefiado pelo campo-grandense Luiz Henrique Mandetta (DEM) informou que o Hospital Santa Rosa, de Dourados, foi beneficiado com habilitação de dois leitos de UTI. Mas a casa de saúde fechou as portas em 2011.

O hospital esteve no centro do escândalo, ocorrido no primeiro ano da administração do então prefeito douradense, Ari Artuzi (morto em 2013), que atingiu também ex-integrantes da administração anterior, de Laerte Tetila.

Conforme denúncias do MPMS (Ministério Público Estadual), o hospital foi arrendado de forma fraudulenta pela prefeitura, para funcionar como maternidade. Quando Artuzi assumiu a prefeitura, em janeiro de 2009, as irregularidades continuaram.

Na época, a Justiça decretou a indisponibilidade de todos os bens dos acusados, incluindo o Santa Rosa, localizado na Rua João Vicente Ferreira, área nobre de Dourados.

Em 2011, como reflexo da Operação Owari, da Polícia Federal, a prefeitura teve de romper o contrato com o Hospital Santa Rosa e transferir a maternidade pública para o HU (Hospital Universitário).

O Santa Rosa pertence à família Uemura, envolvida na operação da PF que levou políticos e empresários douradenses para a cadeia em junho de 2009.

O ministério da Saúde havia informado que as habilitações são referentes a pedidos de gestores locais. Para o Estado, as duas solicitações pendentes, de UTI Adulto, seriam para o Santa Rosa.

A reportagem voltou a procurar a pasta para repercutir o caso, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria.

Titular da SES, Geraldo Resende reconheceu que hospital não existe mais (Foto: Marcos Maluf)
Titular da SES, Geraldo Resende reconheceu que hospital não existe mais (Foto: Marcos Maluf)

O titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Geraldo Resende (PSDB), reconheceu que o hospital não funciona mais.

Leitos - Via assessoria de imprensa, a SES revelou que habilitou 30 leitos de UTI em 2018, com ajuda da bancada federal e ministério da Saúde - 10 de UTI neonatal na Maternidade Candido Mariano, em Campo Grande; 10 no Hospital Regional de Ponta Porã; e 10 no Hospital da Vida, em Dourados.

Outros dois leitos foram habilitados no Hospital da Cassems de Dourados em 2019.

A secretaria alegou também que custeia com recursos próprios dez leitos de UTI no Hospital Regional de Nova Andradina e também ativou cinco leitos de UTI no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) em 2019.

A SES reforçou ainda que constrói 60 leitos de UTI, dos quais 40 no Hospital Regional da Grande Dourados e 20 no Regional de Três Lagoas.

Hoje, segundo o ministério da Saúde, a rede pública de saúde de Mato Grosso do Sul tem 347 leitos de UTI. Do total, 189 são de UTI Adulto, 10 Pediátricos, 54 Neonatal e 10 em Unidades Coronarianas.

Outros 62 leitos são em UNCICo (Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional) e 13 em UNCICa (Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru).

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