Montador de móveis perseguido por ser “magrelo” será indenizado em R$ 5 mil
Chefe era mais rígido com funcionário, que virou chacota por ser muit magro
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Um montador de móveis contratado por loja das Casas Bahia em Dourados – a 228 km de Campo Grande – será indenizado em R$ 5 mil por ter sido apelidado pelo chefe de “magrelo”. De acordo com a reclamação trabalhista, o funcionário era “perseguido” pelo superior, cobrado de forma agressiva e chamado de pelo apelido o tempo todo.
No processo, a vítima relata que foi contratada em 2001 e que o chefe a tornou alvo de chacota por ser muito magro, dizendo frases como: “e aí, magrelo? Tá fraco, não vai dar conta do recado”.
Uma testemunha, ouvida no processo, confirmou a versão do funcionário, dizendo que o superior “sempre foi mais rígido” com o montador e que, “para fazer pressão” no empregado, dizia: “magrelo, não comeu hoje? está fraco?”.
A indenização será paga pela Via Varejo S.A., que reúne as redes Casas Bahia e Ponto Frio, conforme apurado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Em decisão unânime, a 3ª Turma do TST (Tribunal Superior DO Trabalho) entendeu que houve desrespeito a princípios como o da inviolabilidade psíquica do empregado.
O relator, ministro Mauricio Godinho Delgado, pontuou que, “em caso de agressões morais repetidas e generalizadas no ambiente de trabalho, o empregador é responsável pela indenização correspondente”.
Ao Estadão, por meio de nota, a Via Varejo informou que “repudia qualquer ato que viole seu Código de Conduta Ética, documento que visa garantir um ambiente de trabalho harmonioso e livre de qualquer situação desrespeitosa”, mas que não comenta processos judiciais.