Moradores do Noroeste se unem para evitar focos de dengue na comunidade

No Jardim Noroeste o que não falta são ruas sem asfalto e lixo nas esquinas. Junto com as chuvas de verão, o ambiente contribui com o acúmulo de água e aparecimento de focos de dengue. Para evitar uma nova epidemia causada pelo mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, Juliano Alexandre da Sena d'Avila, de 21 anos, se juntou a um vizinho para recolher materiais que colaboram com a proliferação dos insetos.

De acordo com o último boletim da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), sobre a situação de arboviroses, o que inclui a dengue, o bairro está entre os com maior índice de focos do mosquito em Campo Grande. Além dele, os bairros Cabreúva, Chácara dos Poderes, Maria Aparecida Pedrossian, Rita Vieira, Tijuca e Tiradentes.

Ao Campo Grande News o jovem revelou que a vontade de ajudar o próximo sempre existiu apesar da pouca idade. “Sempre gostei de fazer esse tipo de coisa, moro no Noroeste há uns 18 anos, venho fazendo faz tempo coisas em prol da comunidade. Me sinto muito grato por prestar esse serviço voluntário. Fazemos tanto para população quanto para o nosso bem”, disse.

De acordo com Juliano, os objetos mais encontrados durante o recolhimento do lixo são garrafas e tampas plásticas. “A gente trabalha então quando temos uma oportunidade fazemos isso. Pegamos um sábado, domingo ou feriado, como esse [de Carnaval]. Nós vemos que o Jardim Noroeste tem muitos terrenos abandonados há anos, e devido a isso os moradores aproveitam a oportunidade de descartar lixo, complementou.

Quem ajuda o jovem no voluntariado é o vizinho Valdeci Santos Vieira, de 50 anos, que descreveu o sentimento de contribuir como gratidão. “O risco de dengue é alto aqui no bairro, é um dos com maior taxa de mosquito. Moro há 15 anos aqui. Já faço isso toda semana. Quando chove a água vem trazendo o lixo na rua, então é necessário”.

Juliano disse que apesar do esforço “de formiguinha", a ação tem valido a pena.

“Os moradores têm visto o nosso trabalho e tem surtido efeito porque eles começaram a tomar iniciativa através da nossa. Por enquanto somos só nós dois. Mas tem moradores que já recolhem lixo na frente da casa, ao lado, locais próximos. A gente não se dá conta de tudo. Só de ontem para hoje foram uns dez sacos de lixo com materiais de foco de dengue”, disse. 

O morador evidencia que há terrenos no local sem limpeza há mais de 10 anos. “Isso é obrigação do poder público, mas se os órgãos não estão tomando as devidas providências há anos, nós estamos. É uma quantidade imensa de lixo. Queríamos que eles nos ajudassem. Já entramos em contato com a prefeitura, mas nada foi feito”, finalizou.

Outra ação - Essa não é a primeira vez que o jovem realiza ações em prol da comunidade. Em 2022, Juliano resolveu por conta própria e com recursos do bolso “reformar” os pontos de ônibus da região. De acordo com o jovem, a justificativa do reparo nasceu para evitar que a população seja surpreendida com picadas de escorpiões e cobras, devido ao mato alto. “Em relação aos pontos de ônibus, nós continuamos fazendo, estamos carpindo e tem material para calçarmos mais um ponto”.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.

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