Mulher mobiliza até a Defesa Civil para evitar poda de árvore de “estimação”

A técnica de enfermagem Maira Rondon, de 51 anos, se emocionou com a poda da árvore “de estimação” que estava há mais de 30 anos em frente à residência onde mora, na Rua Tipuana, no Bairro Vila Santo Amaro. A mulher chorou porque viu a planta crescer, se desenvolver e ocupar a calçada. Ela culpa a Águas Guariroba pelo aparecimento da árvore, e, consequentemente, pela poda precoce.

Ao Campo Grande News, Maira contou que a planta estava bem até que a empresa implantou um descarte (filtro responsável por limpar a água da chuva) próximo às raízes. “Em 2018 a Águas foi e colocou um descarte próximo de onde ficava a árvore. Desde então começou a dar problema na tubulação. Eles colocaram o descarte do lado, mas como tinha a árvore, as raízes atrapalharam a tubulação. Várias vezes chamei a Águas para arrumar”, disse.

De acordo com a moradora, em dezembro de 2022, estourou o encanamento da residência de Maira e começou a jorrar água no local. A residente chamou novamente a empresa, mas as equipes não atenderam a ocorrência devido ao recesso de fim de ano. ”Destruíram a minha árvore. Na demora do atendimento, ela acabou cedendo porque estava condenada, o solo ficou fofo porque tinha muita água na raiz. Eles vieram só na terça-feira (3)”, comentou.

Para a técnica em enfermagem a árvore era como uma parte da casa, que além de fazer sombra, era elogiada pelos vizinhos. “Era uma referência”, acrescentou.

Confusão -  Desacreditada do laudo da Águas Guariroba, que alegou a necessidade da poda, Maira solicitou ajuda do Corpo de Bombeiros, que tiveram que acionar até a Defesa Civil para assegurar a opinião. Outro fator que contribuiu com a situação da planta, que já estava fragilizada, foram as fortes chuvas que atingiram Campo Grande nesta quarta-feira (4).

A equipe também confirmou a morte da planta. Para completar as opiniões técnicas, a Energisa foi chamada e deu o "ultimato final". “A Energisa chegou e falou que a árvore estava dando problema no fio e iriam cortar".

A reportagem entrou em contato com a Águas Guariroba para entender a situação. Em resposta, a empresa alega que a acusação de Maira não procede.

"As nossas equipes estiveram no local na última sexta-feira (30) para atender um vazamento na rede de água logo abaixo dessa árvore, provavelmente causado pelo crescimento da raiz. Para não termos que mexer na árvore, fizemos a manutenção da rede com uma extensão ao redor dela. Porém, segundo informações dos moradores, essa rua também estava alagada durante o temporal, o que pode ter contribuído também para esse tombamento", disse.

A empresa ressaltou que a árvore foi plantada logo acima da rede de água. "Conforme ela foi crescendo, a raiz deve ter atingido a rede e provocou o vazamento. Não tem a ver com descarte", finalizou.