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Cidades

Na contramão da Lei de Abuso, preso é exibido e vira diversão em página policial

“Você não vai querer que seu apelido seja corpo de IML”, diz policial a preso

Aline dos Santos e Marta Ferreira | 08/01/2021 12:22
Na contramão da Lei de Abuso, preso é exibido e vira diversão em página policial
Algemado, preso é exposto em vídeo e recebe conselhos para procurar igreja. (Foto: Reprodução)

Na contramão da Lei de Abuso de Autoridade, aquela que proíbe a polícia de divulgar imagens de presos, a página “Sheriff67Oficial”, conta no Instagram que mostra a “realidade policial do dia a dia” e tem quase 15 mil seguidores, exibe vídeo em que preso é constrangido a dizer que vai procurar Deus.

A cena, conforme a reportagem apurou, aconteceu na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) no Cepol (Centro de Polícia Especializada), no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.

Algemado e com o rosto à mostra, o homem ouve policial dizer “bicho, vai procurar a igreja, vai procurar mesmo”. O preso responde que vai. O policial pergunta se é certeza e questiona: “Você não vai querer que seu apelido seja corpo de IML?”.

O homem responde que não e, mais uma vez indagado, o preso diz que vai procurar Jesus.



No rol de apoiadores, a conta “Sheriff67Oficial”, tem perfis como do vereador e coronel Alírio Vilassanti, e o coordenador do Arco Central das fronteiras (cargo do Ministério da Justiça),  policial federal Mário Robson Felice Ribas.

A Lei 13.869, de 5 de setembro de 2019,  define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.

As condutas previstas na legislação constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar alguém ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro; ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

A Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) informa que o caso foi encaminhado à Polícia Civil, para ser apurado pela Corregedoria da instituição.

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