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Cidades

No Dia Nacional do Doador de Órgãos, saiba como ser um

Salvar várias vidas e manter ente querido "vivo", de certa forma, são bons motivos para a doação

Por Cassia Modena | 27/09/2023 14:09
Equipe de transplante trabalha em hospital de Mato Grosso do Sul (Foto: Bruno Rezende/Governo de MS)
Equipe de transplante trabalha em hospital de Mato Grosso do Sul (Foto: Bruno Rezende/Governo de MS)

Nem documento impresso e assinado, nem carta manuscrita. Tatuar no próprio corpo é legal, mas também não garante. A única coisa que efetivamente conta para ser um doador de órgãos e tecidos é o "sim" da família.

A doação de órgãos só é opção quando devidamente comprovada a morte encefálica do doador, ou seja, se o cérebro dele não tiver mais atividade elétrica. Após isso, é que a equipe da instituição de saúde credenciada para captação pedirá autorização expressa de membros da família para realizar o procedimento.

Esta terça-feira (27), o Dia Nacional do Doador de Órgãos, é uma data oportuna para declarar em vida o desejo de doar. Essa conversa pode ser tida com os pais, irmãos, tios e primos, por exemplo.

Por mais que a morte seja um tabu entre muitos núcleos familiares, a dica é tentar encará-la com naturalidade e apresentar motivos que justifiquem a intenção de fazer o gesto humanitário.

Arte: Lennon Almeida
Arte: Lennon Almeida

Motivos para doar

  • O transplante de órgãos é o último recurso, a última chance para salvar uma vida;
  • Um único doador pode doar mais de um órgão e mais de um tecido, ajudando inúmeras pessoas;
  • Ninguém pode pagar ou receber pela doação de órgãos, o gesto é totalmente voluntário;
  • Há pessoas aguardando há anos na fila para receber órgãos e, enquanto isso, sofrendo com o agravamento de doenças e perda de qualidade de vida;
  • O Sistema Nacional de Transplante do SUS (Sistema Único de Saúde) é o maior programa público no segmento do mundo;
  • Com sensibilidade e rigor quanto às informações prestadas, equipes especializadas conduzem entrevistas às famílias após a morte encefálica de possível doador;
  • A doação é anônima: o nome do doador e de pessoas de sua família são preservados por lei;
  • Saber que um ente querido continua "vivo" em outra pessoa, por meio de um coração que segue batendo em outro peito, por exemplo, pode ser motivo de alegria.

Em MS - A Central Estadual de Transplantes de Mato Grosso do Sul foi autorizada a integrar o Sistema Nacional de Transplante em 1999. Desde a criação até agosto deste ano, o Estado realizou 4.432 desses procedimentos, sendo alguns de córnea, rim, tecido músculo esquelético, medula óssea autogênico e coração.

Até o final do mês passado, havia 141 pessoas aguardando para receber córneas; 160 por rins; e três pessoas por coração. Eram o tecido e os órgãos com maior demanda até então.

No Brasil - Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil registrou mais de 1,9 mil doadores efetivos de órgãos, que possibilitaram a realização de mais de 4,3 mil transplantes.

É um número recorde de doações se comparados às feitas no mesmo período dos últimos dez anos, segundo divulgou o Ministério da Saúde. O quantitativo representa aumento de 16% no número absoluto de transplantes de órgãos, quando comparado com o mesmo período de 2022.

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