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Cidades

Nos últimos 15 anos, 29 mil infrações à Lei Seca foram registradas no Estado

Em média, foram realizados 5,2 autuações por dia, fazendo com que MS ocupe a 11ª colocação do ranking nacional

Por Geniffer Valeriano | 28/09/2023 11:55
Homem faz teste de 'bafômetro', que detecta presença de álcool no organismo. (Foto: Reprodução/Agência Brasil)
Homem faz teste de 'bafômetro', que detecta presença de álcool no organismo. (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Nos últimos 15 anos, 29 mil infrações à Lei Seca foram registradas no Estado, conforme levantamento da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) divulgado em comemoração à lei. Tendo uma média de 5,2 autuações realizadas por dia, Mato Grosso do Sul ocupa a 11ª posição do ranking de estados brasileiros com maior número de infrações relacionadas ao artigo 165.

No levantamento, MS fica empatado com o estado de Pernambuco. Apesar do número alto, o Detran/MS revela que nos anos de 2022 e 2023 as infrações registram uma queda. Sendo registradas 1.710 infrações no ano passado e neste ano 1.208. Já na lista com as capitais, Campo Grande aparece na 12ª posição, empatada com as cidades de Macapá e Porto Alegre. Ambos os municípios somam 6 mil infrações.

Em contrapartida, ao olharmos para o Centro-Oeste, apenas duas cidades do Estado aparecem no ranking dos 10 municípios com mais infrações cometidas. Em quarto lugar, com 5.719 mil infrações, está Campo Grande, que é antecedida pelas outras duas capitais da região e Brasília. Três Lagoas ocupa a última posição.

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Perfil do infrator - A pesquisa divulgada nesta quinta-feira (28) também revela o perfil desses condutores, em nível nacional. Sendo que 80,3% dos motoristas que não respeitaram a Lei Seca eram homens, com idade média de 42 anos. Outro ponto apresentado é de que 90% estão acima dos 30 anos de idade e habilitados há pelo menos 16 anos.

O especialista em trânsito Carlos Alberto Pereira explica que há dois fatores que influenciam que pessoas de idade mais avançada cometam mais infrações. Uma das justificativas seria de que os jovens, recém-habilitados ou aqueles que ainda estão com a provisória, são mais cuidadosos por receio de perderem a habilitação ao cometer uma infração grave.

Percebe-se que condutores mais com idades um pouco mais avançadas, na faixa etária superior, eles são mais autoconfiantes, eles desenvolvem erroneamente uma falsa sensação de impunidade: ‘eu não vou ser alcançado pela fiscalização’, ‘não vou me envolver em acidente’. ‘Então, portanto, o risco de eu ser flagrado sob efeito de álcool é muito menor, é pequeno’”, pontuou.

Outra percepção exposta por Carlos Alberto é que muitas vezes esses infratores, não só da Lei Seca, têm idades acima de 30 anos. O especialista em trânsito ainda diz que durante as abordagens o que surpreende é o fato de muitos condutores serem profissionais liberais, empresários, donos de pequenos comércios. “São pessoas com a condição social assim que dizemos estabilizada, né? Casadas, com filhos, estar embriagada às 2h da manhã dizendo: ‘não, eu sempre faço isso e nunca deu problema’”.

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Durante a semana - Também é mostrado no levantamento que o maior índice de infrações ocorre nos domingos, por volta das 18h. Como reflexo, a segunda-feira, que é o 5° dia com maiores infrações registradas, começa o dia com registros de 24 mil infrações. Porém, o que surpreende é que os números continuam elevados às 18h (27 mil) e às 12h (14 mil).

Algo que todos os dias da semana têm em comum é o fato de que os horários em que mais condutores foram autuados por infringir a Lei Seca começa às 18h. O especialista em trânsito diz que esse dado pode ter relação com o horário que os condutores saem do serviço e da facilidade de encontrarem um local para consumir, ou comprar, a bebida alcoólica.

Veículos - Ainda foi mostrado que 78,73% dos motoristas autuados conduziam automóveis. Enquanto 16,74% pilotam motos. Carlos Alberto aponta que para esses dados existem dois pontos que devem ser levados em consideração, sendo uma delas a facilidade que um motociclista tem para desviar ou fugir das blitze realizadas.

“Então são dois fatores, né? Na fiscalização, a possibilidade de você flagrar um condutor em quatro rodas é muito maior, pela própria dinâmica da operação de trânsito. Você não tem como empreender fuga com veículo quatro rodas quando você toma uma canaleta de abordagem [...] e além do que a nossa sensação de segurança da pessoa embriagada é maior quando ele conduz um veículo quatro rodas do que de duas”, explicou.

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