Novo recorde do coronavírus: MS tem 40 infectados por hora e 14 mortes em 1 dia
Campo Grande também bate recorde nesta quarta, com 410 infectados em apenas 24 horas e 111 mortes no total
Mato Grosso do Sul segue rumo ao pico da covid-19 e consequente colapso na rede de saúde. O segundo recorde do mês veio nesta quarta-feira (29), com 968 contaminados em 1 dia e 14 mortes desde ontem, apenas 3 sem nenhuma comorbidade relatada. São mais de 40 testes positivos em média por hora.
"Mas é bom esclarecer que, do recorde anterior, de 1.500 casos em 1 dia, foi acumulado de dias anteriores. O de hoje é realidade, porque agora os resultados dos testes saem no máximo em 72 horas", explicou o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende.
A maioria dos casos de infectados desta quarta-feira é de Campo Grande, que já soma 9.241 contaminados desde o início da pandemia. A Capital também bate recorde hoje, com 410 infectados em apenas 24 horas. A cidade ainda tem 2.602 testes pendentes, com resultados não enviados ao governo.
Mortes em 24 horas - Em Campo Grande, desde ontem, cinco pessoas morreram: quatro mulheres, de 67, 78, 79 e 80 anos, e um homem, de 68 anos. Todas as vítimas possuíam pelo menos dois tipos de comorbidades que agravaram o quadro do coronavírus.
Em Aquidauana, um homem, de 66 anos, sem comorbidades, também faleceu de covid-19, enquanto outro, de 80, com pneumopatia crônica, também veio a óbito.
Dois homens com comorbidades, de 64 e 83 anos, também morreram em Três Lagoas. Corumbá registrou outra morte oficialmente desde ontem, mulher de 46 anos, que não estava inclusa em nenhum grupo de risco.
Além desses casos, Sidrolândia registrou morte de uma paciente cardíaca, obesa e com diabetes, de 45 anos. Angélica confirmou morte de idosa, de 90, que tinha diabetes. Em Naviraí o sepultamento foi uma mulher de 78, que tinha doença neurológica crônica, diabetes, hipertensão. Por fim, uma mulher, de 71 anos, morreu em Bataguassu, sem comorbidades.
Mato Grosso do Sul está entre os 3 estados que mais avançam em número de mortes em julho. "Contra números não há argumento algum", reforçou Geraldo.
Entre os 15 municípios com maior número de contaminados, 7 são da Macroregião de Campo Grande. Quando é levada em conta a incidência, 4 são dessa Macrorregião.
"Dos mais de 2 mil testes avaliados na terça-feira, 30% deram positivo. Mostra que o avanço é avassalador em Mato Grosso do Sul", analisou o secretário.
Mais de 8 sepultamentos ao dia - São 252 óbitos só em julho, média de 8,6 sepultamentos por dia. "É um número alarmante, não podemos achar que é natural e os nossos números só têm aumentado. Letalidade de 1.5% é extremamente traumático. Temos de nos assustar a assumir as nossas responsabilidade", advertiu a secretária-adjunta de Saúde, Crhistinne Maymone.
Ela ressalta que no relatório de mortes, muitos casos indicam que o óbito ocorreu no mesmo dia de entrada nos hospitais. "Quando a gente investiga, percebe que as pessoas procuram os serviços de saúde tarde demais", alerta.
Reação - "Precisamos celebrar com urgência um acordo com prefeitos e secretários de Saúde nos município para, nos próximos dias, reverter essa situação. Principalmente, com o monitoramento de casos positivos e rastreamento de pessoas que tiveram contato com essas pessoas", comenta Geraldo Resende.
Aeronave do governo do Estado leva duas vezes por semana amostras coletadas para, até 72 horas ter em mãos o resultado dos exames para quebrar a corrente de transmissão do vírus.
O secretário lembrou que amanhã ativa UTIs para atender região de Jardim, em um esforço para impedir o colapso na Saúde. "Foram ativados 269 novos leitos de Unidades de Terapia Intensiva e estamos trabalhando para mais 101 novos leitos serem abertos nos próximos dias, mas a lotação segue alta".
Já as taxas de isolamento social não sobem, o que continua lotando hospitais e segue como maior preocupação dos especialistas. Em Campo Grande, a média registrada ontem foi de 36,8% apenas. Já Figueirão, o único município ainda sem nenhum caso positivo registado, 47,40% das pessoas ficaram em casa ontem.
"Precisamos sair dessas taxas horrorosas de isolamento que colocam a nossa Capital em uma das últimas posições entre as capitais do Pais. e muitas cidades de Mato Grosso do Sul abaixo de 30% em isolamento social".
A taxa de lotação de UTIs é outro ponto de alerta na Capital, são 94% ocupadas. Outro município que preocupa pelos números crescentes de infectados e mortes é Corumbá, o segundo no Estado em leitos de UTIs ocupados: 86%.