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Cidades

Paraguai libera vacinas da Coronavac a crianças de 5 a 11 anos

País vizinho vacina com Pfizer e Moderna crianças com 12 ou mais; Brasil espera definição para ampliar público

Guilherme Correia | 29/12/2021 15:34
Ampola de vacina da Coronavac contra a covid-19. (Foto: Marcos Maluf)
Ampola de vacina da Coronavac contra a covid-19. (Foto: Marcos Maluf)

Crianças paraguaias de cinco a 11 anos poderão ser vacinadas com doses da Coronavac, segundo a DNVS (Direção Nacional de Vigilância Sanitária) - equivalente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O órgão do Paraguai anunciou que aprovou esta aplicação no país vizinho do Brasil, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul.

Em publicação no site oficial do Ministério de Saúde Pública e Bem-estar Social, a diretora de Vigilância Sanitária, María Antonieta Gamarra, explicou que a decisão foi tomada a partir de resultados positivos no Chile. “Nos enviaram resultados interessantes quanto aos efeitos adversos nas crianças".

Vale lembrar que já é permitida a imunização de crianças entre 12 a 17 anos com doses da Pfizer, assim como no Brasil. Além disso, a DNVS avalia permitir o antígeno da Sinopharm - este que não é aplicado em território brasileiro -, e já foram permitidas vacinas da Moderna.

Aos brasileiros, a ampliação para crianças de cinco a 11 anos será feita quando houver doses disponibilizadas pelo Ministério da Saúde brasileiro a este grupo. A SES (Secretaria Estadual de Saúde) já se posicionou favoravelmente a essa permissão e garantiu que não exigirá atestado médico para que a proteção seja feita.

Coronavac no Brasil - Aprovada para uso em adultos, a Coronavac é avaliada pela Anvisa se deverá ser incluída no rol de imunizantes anticovid também a crianças que tenham entre três e 18 anos. Até o momento, não recebeu aval.

Esta patente, feita no País em parceria do Instituto Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac, é aplicada em crianças de três a 11 anos em diferentes países do mundo, como China, Hong Kong, Chile, Equador, Indonésia e Camboja. Em todos esses locais, o fármaco recebeu aprovação por cumprir critérios mínimos de segurança e eficácia.

Para a imunologista e professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Inês Aparecida Tozetti, a tecnologia utilizada na fabricação da Coronavac é conhecida há mais de 70 anos e aplicada em imunizantes contra a gripe. "A vacina Coronavac foi a primeira vacina disponibilizada para aplicação na população no Brasil. Trata-se de uma vacina com vírus inativado, sendo que para vírus não se utiliza a expressão vírus vivo e sim atenuado, ou vírus morto e sim inativado".

Desta forma, a inativação de um vírus reduz a chance dele se reproduzir - ou seja, não causa infecção de células e, portanto, não há multiplicação viral, segundo ela, tornando o imunizante ainda mais seguro.

"É considerada uma vacina extremamente segura, não causa doença e tem muito poucas reações adversas, podendo ser aplicada em pessoas com imunodeficiências, supressão do sistema imune, além de ser recomendada para crianças, gestantes e puérperas", finaliza.

Vacinação no Paraguai - Conforme números da plataforma Our World in Data, elaborada pela Universidade de Oxford, o Paraguai vacinou com ao menos uma dose aproximadamente 48% de sua população, enquanto 40% têm o primeiro ciclo vacinal completo. Atualmente, o Brasil possui cerca de 67% de indivíduos com duas doses e o Mato Grosso do Sul tem quase 73% de seus habitantes com esta etapa de imunização.

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