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Cidades

PF cumpre 14 mandados em MS contra núcleo do narcotráfico internacional

São 11 mandados de busca e 3 de prisão em MS, onde atuava uma das quatro organizações, com transporte de cocaína pela fronteira

Silvia Frias | 18/08/2020 08:45
Dinheiro apreendido pela PF durante a operação Além-Mar em 13 estados (Foto/Divulgação)
Dinheiro apreendido pela PF durante a operação Além-Mar em 13 estados (Foto/Divulgação)

A PF (Polícia Federal) cumpre 14 mandados em Mato Grosso do Sul na Operação Além-Mar, desencadeada em mais 11 estados e no Distrito Federal para desarticular quadrilha de tráfico internacional de drogas. Estão sendo cumpridos 189 mandados e o sequestro de aviões, helicópteros, caminhões e imóveis e bloqueio de R$ 100 milhões.

A operação foi desencadeada a partir de investigação da PF de Pernambuco. A assessoria não informou em quais municípios de MS estão sendo cumpridos os mandados, apenas informou que são 11 de busca e apreensão e 3 de prisão. No total, são 139 de busca e 50 de prisão em 12 estados (AL, BA, CE, GO, MS, PA, PB, PE, PR, RN, SC, SP), além do Distrito Federal. Participam da ação aproximadamente 630 policiais federais.

Foi determinado, ainda, pela Justiça Federal de Pernambuco, o sequestro de aviões (7), helicópteros (5), caminhões (42) e imóveis (35) urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio judicial do valor de R$100 milhões.

Mato Grosso do Sul fazia parte de uma das quatro organizações criminosas autônomas, que atuavam em conexão, viabilizando o esquema de tráfico internacional. Esta célula era comandada em São Paulo, que trazia cocaína pela fronteira com o Paraguai e, posteriormente, por via aérea, distribuindo no atacado para grupos de narcotraficantes estabelecidos no Brasil e Europa.

Um dos helicópteros apreendidos durante operação contra tráfico internacional (Foto/Divulgação)
Um dos helicópteros apreendidos durante operação contra tráfico internacional (Foto/Divulgação)

A segunda organização era comandada por criminosos em Campinas, parceira da anterior, que recebe a cocaína transportada pela fronteira com Paraguai para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa.

A terceira, estabelecida em Recife (PE), é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos containers.

A quarta parte da organização criminosa, estabelecida na região do Brás, em São Paulo, atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias (titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”)  para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo).

Outra aeronava apreendida na operação (Foto/Divulgação)
Outra aeronava apreendida na operação (Foto/Divulgação)

Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso.

Dentre esses presos, Romilton Queiroz Hosi, que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency – NCA, do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí (SP), em março de 2019.

As investigações foram iniciadas no ano de 2018, a partir de informações difundidas à Polícia Federal pela (NCA) National Crime Agency, como resultado de parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à Europa.

Mesmo durante a pandemia, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos mais de 1,5 tonelada de cocaína entre os meses de março e julho.

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