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Cidades

"Piores" lideranças de facção do RJ são transferidas para presídio da Capital

Para fazer a transferência com segurança, o governo fluminense mobilizou grande efetivo de policiais

Viviane Oliveira | 28/06/2023 07:06
Seis presos foram transferidos do Rio de Janeiro para Campo Grande (Foto: divulgação)
Seis presos foram transferidos do Rio de Janeiro para Campo Grande (Foto: divulgação)

Seis acusados de liderarem facções criminosas no Rio de Janeiro foram transferidos do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste, na capital fluminense, para o Presídio Federal de Campo Grande, na manhã de ontem (27).

Os presos são: Rodrigo dos Santos (o Latrel), Alexandre Jorge do Nascimento (o Jason), Alexandre Silva de Almeida (Solinha), André Costa Barros (o Boto), Luís Carlos Moraes de Souza (o Monstrão) e Marcelo de Almeida Farias Sterque (o Marcelinho Mirindiba).

Esses são os primeiros de 31 lideranças criminosas que serão retiradas de presídios do Rio de Janeiro e levadas para o sistema penitenciário federal em outros estados. O acordo para a transferência foi assinado na semana passada pelo governador Cláudio Castro e pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.

Para fazer a transferência com segurança, o governo fluminense mobilizou grande efetivo de policiais penais, civis e militares e contou com o apoio da PF (Polícia Federal). Os presos foram levados de helicóptero do presídio da zona oeste até o Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, na zona norte da cidade. Na sequência, foram escoltados por policiais federais e agentes penitenciários federais, em um avião da PF, até a capital sul-mato-grossense.

Conforme o governo fluminense, o pedido de transferência é resultado de investigações que mostraram que esses presos atuam, de dentro das cadeiras, para desestabilizar a segurança pública no estado.

Desde que a autorização para a transferências foi concedida, um plano de contingência foi iniciado para impedir que haja reações por parte das facções criminosas e milícias.

Os criminosos 

Rodrigo e o fuzil tatuado no peito no dia em que foi preso. (Foto: Reprodução)
Rodrigo e o fuzil tatuado no peito no dia em que foi preso. (Foto: Reprodução)

Latrel - Rodrigo dos Santos chama atenção pelo fuzil tatuado no peito com a frase “carrego a glória e a dor de viver do meu jeito”. Acusado de ser o "número 2" da maior milícia do Rio de Janeiro, responde por série de assassinatos violentos na disputa por território do crime organizado.

Segundo a inteligência da polícia carioca, só com a exploração da cobrança de taxas de motoristas de vans, a quadrilha disputava R$ 2 milhões com grupo rival.

Em março do ano passado, Latrel foi encontrado em um hotel da capital paulista, estava com uma identidade em nome de outra pessoa e vai responder por uso de documento falso.

O Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro apontou que só em 2021, quando a milícia de Latrel passou a atuar, houve um aumento de 29,3% no número de homicídios registrados na região de atuação do grupo, em comparação ao ano de 2020.

Marcelinho Mirindiba, quando foi recapturado em abril deste ano, no RJ. (Foto: Reprodução)
Marcelinho Mirindiba, quando foi recapturado em abril deste ano, no RJ. (Foto: Reprodução)

Marcelinho Mirindiba - Marcelo de Almeida Farias Sterque fugiu duas vezes do presídio fluminense. Em janeiro deste ano, escapou e foi recapturado apenas em abril. Em 2015, saiu e voltou por conta própria. Com ajuda de agente penitenciário, ele saiu da prisão para tentar matar uma mulher, de 31 anos, mas a vítima sobreviveu apesar de levar 13 tiros.

Ele já foi condenado por homicídio qualificado e assalto.

André Costa Barros é um dos tranferidos e responde por extorção e tráfico. (Foto: Reprodução)
André Costa Barros é um dos tranferidos e responde por extorção e tráfico. (Foto: Reprodução)

Boto - André, conhecido como "Boto", foi preso por chefiar esquema de extorsão contra comerciantes e moradores dos bairros de Curicica, Recreio dos Bandeirantes e Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Além disso, foi investigado pela construção de prédios da milícia, só um deles teria 37 apartamentos. Uma curiosidade é que, para não ser pego após condenado, André fez uma harmonização facial para despistar a polícia.

Boto também responde por tráfico de drogas, porte de arma de fogo e organização criminosa. A última prisão ocorreu por receptação e porte ilegal de arma de fogo: ele estava com uma Pajero blindada clonada, uma pistola Glock calibre ponto 40 e uma identidade funcional falsificada da Secretaria de Administração Penitenciária carioca.

Também chefe do tráfico, Luís Carlos Moraes de Souza foi preso no Espírito Santo em 2018. (Foto: Reprodução)
Também chefe do tráfico, Luís Carlos Moraes de Souza foi preso no Espírito Santo em 2018. (Foto: Reprodução)

Monstrão - Luís Carlos Moraes de Souza é apontado como chefe do tráfico de drogas de comunidades de Macaé, no Norte Fluminense, e do Morro do Urubu, em Pilares, também no Rio. Em 2018, ele foi preso em flagrante com cerca de R$ 7,5 mil de dinheiro em espécie e drogas, em Guarapari, no Espírito Santo. Ele estava em uma casa de luxo, em área nobre.

"Esses criminosos de alta periculosidade são lideranças de facções e de milícias. Com essa transferência para presídios federais em outros estados, vamos interromper uma cadeia de comando que eles continuam exercendo mesmo estando presos. As forças de segurança trabalharam integradas nessa operação, em prol da população do Rio de Janeiro", disse o governador Cláudio Castro à imprensa carioca.

Jason - Alexandre Jorge do Nascimento responde pela execução de 40 pessoas na Baixada, onde a milícia que faz parte atua. Já foi condenado por homicídio qualificado, homicídio simples, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e estelionato. Responde, inclusive, pelas mortes de dois policiais militares.

Sanguinário, ele teria começado a vida criminosa com 15 anos de idade.

Solinha - Alexandre Silva de Almeida é ex-integrante da milícia do Zinho e atua em Campo Grande, na Zona Oeste. Tem 10 anotações criminais por organização criminosa, roubo majorado, homicídio, quadrilha ou bando e extorsão mediante sequestro.

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