ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 27º

Cidades

Polícia busca facções que usavam até criança para lavar dinheiro do tráfico

Operação contra esquema cumpre mandados no RS, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará

Geisy Garnes e Cristiano Arruda | 20/07/2021 07:55
Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpre mandado de busca e apreensão nesta manhã (Foto: Divulgação)
Polícia Civil do Rio Grande do Sul cumpre mandado de busca e apreensão nesta manhã (Foto: Divulgação)

Organização criminosa movimentava milhões de reais mensalmente com tráfico de drogas e distribuía os valores em contas de laranjas por pelo menos seis estados brasileiros, entre eles Mato Grosso do Sul. Um dos laranjas identificado na investigação tinha apenas 7 anos de idade. O esquema é alvo de operação da polícia do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (20), com apoio da polícia sul-mato-grossense.

Desde as primeiras horas do dia, policiais civis cumprem mandados de prisão e busca e apreensão contra alvos da Operação Irmandade. Em Mato Grosso do Sul equipes do Garras (Delegacia Especializada em Repressão à Roubos, Assaltos e Sequestro) participam da ação e estão em endereços de Campo Grande e Ponta Porã.

Na Capital, policiais da especializada estiveram na Vila Nhanhá para cumprir busca e apreensão, o endereço e o nome do alvo não foram divulgados.

Equipes do Garras cumpriram mandados de busca e apreensão em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Equipes do Garras cumpriram mandados de busca e apreensão em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Segundo informações divulgadas pelo jornal O Sul, a operação de hoje é resultado de dois anos de investigação. Os alvos pertencem a duas organizações criminosas: o PCC (Primeiro Comando da Capital) e uma facção com base no Vale dos Sinos.

Juntas, as facções comandavam a distribuição de drogas para várias cidades do País e depois diluíam o lucro em diversas contas de pessoas físicas e jurídicas.

Para despistar a polícia, as contas eram mantidas por pouco tempo e os valores eram repassados em pequenas quantias. Por conta disso, a movimentação era frequente e envolvia várias pessoas.

Além disso, os investigados abriam várias empresas de fachada para justificar a vida de luxo que levavam. Eles ostentavam veículos e dinheiro em espécie, tudo adquirido em nome de laranjas.

Para dificultar as investigações, ficavam com os veículos por pouco tempo, o que ocasionava uma troca constante de automóveis. Com isso movimentavam milhões de reais em espécie e abriam e fechavam contas constantemente.

Mesmo assim, a Polícia Civil conseguiu identificar e indisponibilizar 21 carros e dois imóveis em Novo Hamburgo, avaliados em cerca de R$ 3,5 milhões. Contas em bancos, ativos em bolsa de valores e criptomoedas foram bloqueados. O esquema incluía ainda o envio de dinheiro para Paraguaio, Bolívia e Colômbia através de doleiros: um deles já investigado pela operação Lava-Jato.

Ao todo são cumpridos 72 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva, além de bloqueio/indisponibilidade de ativos financeiros, veículos e imóveis, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pará.

Alvos - Ainda conforme a polícia, o esquema era liderado por um gaúcho que hoje está preso na PASC (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas) e por um baiano detido em flagrante em operação que apreendeu aviões e mais de 500 kg de cocaína no norte do País.

O líder gaúcho foi preso em São Paulo, em decorrência de investigação no Estado de Minas Gerais por tráfico em 2020. Por conta disso, outro integrante da quadrilha assumiu o gerenciamento do esquema. Ele é alvo de prisão preventiva nesta manhã e mora em Florianópolis/SC.

Já o líder da facção paulista envolvido no esquema citado recentemente pela imprensa francesa sobre as drogas que entram na Europa.

Nos siga no Google Notícias