População branca é 6,5 vezes maior do que pretos em MS
Pardos constituem o maior grupo, somando 1.293.797 habitantes, o que corresponde a 46,93% da população
Na apresentação dos resultados consolidados do Censo Demográfico 2022, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmou informações sobre a composição étnico-racial da população residente no Brasil. Os números, divulgados nesta sexta-feira (22), reforçam também o recorte de Mato Grosso do Sul, que se destaca por uma diferença considerável entre os quantitativos da população branca, parda, preta, indígena e amarela, evidenciando desigualdades étnicas no Estado.
Dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul, hoje a população parda é preponderante em 60 , correspondendo a 46,93%.
De acordo com os dados fornecidos, Mato Grosso do Sul se destaca por uma disparidade significativa na autodeclaração étnico-racial, com 89,31% da população se identificando como branca ou parda. Isso contrasta com o contingente que se autodeclara preto, representando apenas 6,5% do total populacional no estado.
Atualmente, segundo o Censo 2022, o Estado abriga 2.757.013 habitantes. Desse total, 42,38% são identificados como brancos, totalizando 1.168.407 indivíduos. O contingente de pessoas pretas representa 6,5% da população, equivalente a 179.101 habitantes. Já a população amarela é composta por 19.616 pessoas, correspondendo a 0,71% do total. Os pardos constituem o maior grupo, somando 1.293.797 habitantes, o que corresponde a 46,93% da população. Por fim, a comunidade indígena totaliza 96.029 pessoas, representando 3,48% do conjunto populacional da região. (Veja quadro abaixo)
Os dados evidenciam não apenas a composição demográfica heterogênea do país, mas também ressaltam as diferenças marcantes em Mato Grosso do Sul, onde a população branca supera em 6,5 vezes a quantidade de pessoas que se autodeclaram pretas. Enquanto a população indígena é 4,8 vezes maior que a população de japoneses, coreanos e chineses.
Comparativamente, os números de Mato Grosso do Sul acompanham a média nacional, com uma distribuição étnico-racial diversificada. No Brasil, a população branca representa 43,46%, a preta 10,17%, a amarela 0,42%, a parda 45,34%, e a indígena 0,6%.
Mudanças em 12 anos - Em uma comparação entre os dados populacionais de Mato Grosso do Sul entre os censos de 2010 e 2022, há notáveis diferenças nas proporções étnicas ao longo desse período. Em 12 anos, houve um crescimento absoluto na população total do estado. Em 2010, a população era de 2.449.024 habitantes, enquanto em 2022, esse número aumentou para 2.757.013 habitantes. Os números mostram que o Estado ganhou 307.989 moradores.
As mudanças nas composições étnicas também são visíveis. Por exemplo, em 2010, a população branca representava 47,29% do total, enquanto em 2022 essa porcentagem diminuiu para 42,38%. No mesmo período, a população preta aumentou seu percentual, passando de 4,9% em 2010 para 6,5% em 2022. Já a população parda, que sempre teve a maior proporção, cresceu 3,34%, passando de 43,59% em 2010 para 46,93% em 2022.
A população indígena, embora em números absolutos tenha crescido, passando de 73.295 em 2010 para 96.029 em 2022, apresentou uma estabilização percentual, variando de 2,99% para 3,48%. Isso pode sugerir uma relativa estabilidade na autodeclaração étnica dos povos indígenas ao longo desse período.
Por fim, a população amarela, composta por japoneses, coreanos e chineses, teve uma redução percentual de 1,22% em 2010 para 0,71% em 2022, representando uma diminuição relativa em termos proporcionais.
O IBGE utiliza as seguintes definições para cada categoria:
- Branca: designada à pessoa que se autodeclara branca;
- Preta: atribuída à pessoa que se autodeclara preta;
- Amarela: destinada à pessoa de ascendência oriental, como japonesa, chinesa, coreana, entre outras;
- Parda: designada à pessoa que se autodeclara parda ou se identifica com uma mistura de duas ou mais opções de cor ou raça, incluindo branca, preta, parda e indígena;
- Indígena: aplicada à pessoa que se autodeclara indígena ou pertencente a uma comunidade indígena. Esta classificação se estende tanto aos indígenas que residem em terras indígenas quanto aos que vivem fora delas, inclusive em áreas quilombolas.
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