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Cidades

Principais problemas em unidades de saúde são de infraestrutura, aponta TCE

Em entrevista coletiva hoje, Tribunal de Contas informou que não há prazo para divulgação do relatório final

Gabriel de Matos e Idaicy Solano | 01/06/2023 12:12
Registro do banheiro e farmácia na UBS Mata do Jacinto (Foto: Divulgação/TCE-MS)
Registro do banheiro e farmácia na UBS Mata do Jacinto (Foto: Divulgação/TCE-MS)

O TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) finalizou nessa quarta-feira (31) as inspeções a 33 unidades de saúde de Campo Grande. O relatório das visitas feitas por 22 auditores não tem prazo para ser entregue. Os principais problemas encontrados envolvem infraestrutura.

O chefe da divisão de Saúde TCE-MS e coordenador da ação, Haroldo Oliveira Souza, disse que foram observadas paredes mofadas em locais de armazenamento de remédios, espera de pacientes sem cobertura e equipamentos danificados. "Está beirando a desumanidade", definiu Haroldo.

As inspeções começam pelas UBSs 26 de Agosto e Lar do Trabalhador, além da UBSF Vila Corumbá. Os 22 auditores foram divididos em 11 equipes e fizeram todas as visitas previstas. As reclamações na saúde da Capital se tornaram frequentes nas últimas semanas envolvendo a superlotação, demora de atendimento e falta de remédios.

Haroldo Oliveira explicou que a ação de fiscalização começou em Campo Grande por questão logística e de importância. Ele ressaltou que as inspeções foram inspiradas no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Chefe da divisão de Saúde TCE-MS e coordenador da ação, Haroldo Oliveira Souza (Foto: Divulgação/TCE-MS)
Chefe da divisão de Saúde TCE-MS e coordenador da ação, Haroldo Oliveira Souza (Foto: Divulgação/TCE-MS)

Ainda de acordo com Haroldo, municípios do interior de Mato Grosso do Sul vão receber as inspeções, mas não foi detalhado quais cidades e nem quando.

Haroldo disse que os gestores da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande estão "disponibilizados a ajudar" a solucionar os problemas. A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a Secretaria e até o momento não obteve posicionamento sobre as inspeções.

Problemas - Durante a inspeção na UBS Mata do Jacinto, os auditores constataram que não havia farmacêutico. O profissional estava sendo substituído por um dispensador de medicamentos. Na unidade Coronel Antonino, foi encontrado um computador antigo e em mau funcionamento, que é utilizado pelos servidores.

Na UBS Estrela do Sul, a fiscalização encontrou uma infiltração no teto da sala da gerência. Outro problema que chamou a atenção foi sala de inalação usada como despensa na UBS Vila Carlota.

Nessa quarta-feira (31) a Sesau informou que está em andamento um processo de aquisição de novos computadores e equipamentos para as unidades onde foram constatados os problemas. A UBS Cel Antonino e a USF Mata do Jacinto estão, ainda, dentro de cronograma de melhorias na parte estrutural, que prevê as adequações necessárias de acessibilidade, reforma de telhado e substituição de mobiliário.

Esse cronograma de melhorias é parte de um mutirão de reformas e revitalizações que serão realizadas em unidades de saúde da Capital até 2024. O investimento total ficará em aproximadamente R$ 20 milhões.

Sala onde mulheres fazem exames, na UBS Coronel Antonino (Foto: Divulgação/TCE-MS)
Sala onde mulheres fazem exames, na UBS Coronel Antonino (Foto: Divulgação/TCE-MS)

Além das unidades da Atenção Primária à Saúde, da rede básica, serão contempladas seis UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), quatro CRSs (Centros Regionais de Saúde), além do CEM (Centro de Especialidades Médicas) e bases descentralizadas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A expectativa é de que ao menos 20 unidades básicas e de saúde da família sejam completamente revitalizadas, segundo a Sesau. Receberam melhorias neste ano a UBSF Arnaldo Estevão de Figueiredo, UBSF Aero Rancho, UBSF Jockey Club e a UBSF Marabá. Outras duas unidades estão com obras em andamento: UBSF Nova Bahia e UBSF Paulo Coelho Machado.

A Sesau alegou que "todas as medidas já estão sendo tomadas para resolver as supostas falhas apontadas Desta forma, os problemas estruturais, que resultam em infiltrações e aparecimento de mofos, devem ser sanados. Os equipamentos avariados ou que estão defasados devem ser substituídos".

A nota complementa que "existem processos em andamento para aquisição de mobiliário, equipamentos médicos e de informática. Cabe ressaltar ainda que a maioria das estruturas da rede municipal de saúde possui mais de 20 anos, e algumas delas apresentam problemas crônicos que precisam de intervenções maiores".

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