Principais problemas em unidades de saúde são de infraestrutura, aponta TCE
Em entrevista coletiva hoje, Tribunal de Contas informou que não há prazo para divulgação do relatório final
O TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) finalizou nessa quarta-feira (31) as inspeções a 33 unidades de saúde de Campo Grande. O relatório das visitas feitas por 22 auditores não tem prazo para ser entregue. Os principais problemas encontrados envolvem infraestrutura.
O chefe da divisão de Saúde TCE-MS e coordenador da ação, Haroldo Oliveira Souza, disse que foram observadas paredes mofadas em locais de armazenamento de remédios, espera de pacientes sem cobertura e equipamentos danificados. "Está beirando a desumanidade", definiu Haroldo.
As inspeções começam pelas UBSs 26 de Agosto e Lar do Trabalhador, além da UBSF Vila Corumbá. Os 22 auditores foram divididos em 11 equipes e fizeram todas as visitas previstas. As reclamações na saúde da Capital se tornaram frequentes nas últimas semanas envolvendo a superlotação, demora de atendimento e falta de remédios.
Haroldo Oliveira explicou que a ação de fiscalização começou em Campo Grande por questão logística e de importância. Ele ressaltou que as inspeções foram inspiradas no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
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Ainda de acordo com Haroldo, municípios do interior de Mato Grosso do Sul vão receber as inspeções, mas não foi detalhado quais cidades e nem quando.
Haroldo disse que os gestores da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande estão "disponibilizados a ajudar" a solucionar os problemas. A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a Secretaria e até o momento não obteve posicionamento sobre as inspeções.
Problemas - Durante a inspeção na UBS Mata do Jacinto, os auditores constataram que não havia farmacêutico. O profissional estava sendo substituído por um dispensador de medicamentos. Na unidade Coronel Antonino, foi encontrado um computador antigo e em mau funcionamento, que é utilizado pelos servidores.
Na UBS Estrela do Sul, a fiscalização encontrou uma infiltração no teto da sala da gerência. Outro problema que chamou a atenção foi sala de inalação usada como despensa na UBS Vila Carlota.
Nessa quarta-feira (31) a Sesau informou que está em andamento um processo de aquisição de novos computadores e equipamentos para as unidades onde foram constatados os problemas. A UBS Cel Antonino e a USF Mata do Jacinto estão, ainda, dentro de cronograma de melhorias na parte estrutural, que prevê as adequações necessárias de acessibilidade, reforma de telhado e substituição de mobiliário.
Esse cronograma de melhorias é parte de um mutirão de reformas e revitalizações que serão realizadas em unidades de saúde da Capital até 2024. O investimento total ficará em aproximadamente R$ 20 milhões.
Além das unidades da Atenção Primária à Saúde, da rede básica, serão contempladas seis UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), quatro CRSs (Centros Regionais de Saúde), além do CEM (Centro de Especialidades Médicas) e bases descentralizadas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
A expectativa é de que ao menos 20 unidades básicas e de saúde da família sejam completamente revitalizadas, segundo a Sesau. Receberam melhorias neste ano a UBSF Arnaldo Estevão de Figueiredo, UBSF Aero Rancho, UBSF Jockey Club e a UBSF Marabá. Outras duas unidades estão com obras em andamento: UBSF Nova Bahia e UBSF Paulo Coelho Machado.
A Sesau alegou que "todas as medidas já estão sendo tomadas para resolver as supostas falhas apontadas Desta forma, os problemas estruturais, que resultam em infiltrações e aparecimento de mofos, devem ser sanados. Os equipamentos avariados ou que estão defasados devem ser substituídos".
A nota complementa que "existem processos em andamento para aquisição de mobiliário, equipamentos médicos e de informática. Cabe ressaltar ainda que a maioria das estruturas da rede municipal de saúde possui mais de 20 anos, e algumas delas apresentam problemas crônicos que precisam de intervenções maiores".