Professora envolvida em homicídio “por amor” prefere presídio da Capital
Segundo a defesa, Regiane Marcondes Machado, presa há 10 meses em Porto Murtinho, está trabalhando e socializada
Depois de ter a prisão domiciliar negada e temendo uma transferência por ter direito à cela especial, por meio da defesa, a professora Regiane Marcondes Machado, presa há 10 meses pela morte da funcionária pública Nathália Alves Corrêa Baptista, 27 anos, avisou à Justiça que deseja ficar no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande. A detenta não quer sair nem para as audiências. Por isso, o advogado dela, Luciano Caldas dos Santos pediu que a participação da cliente seja por meio de videoconferência.
A defesa usou o argumento de que na ausência de cela especial para quem tem curso superior nos presídios femininos de Mato Grosso do Sul, a cliente passasse a responder em prisão domiciliar. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi contra e em março deste ano, a Justiça negou.
No começo de junho, o juiz Jorge Tadashi Kuramoto, da Vara Única de Porto Murtinho, oficiou a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), e dias depois, a defesa se manifestou, informou que diante da negativa, a professa preferia permanecer onde estava.
Segundo o advogado, Regiane está trabalhando desde janeiro no setor de artesanato e está socializada com as outras presas.
Bárbaro - Nathália Alves Corrêa Baptista foi morta e teve o corpo incinerado, com as cinzas jogadas no Rio Paraguai. O crime aconteceu entre a noite do dia 15 e a madrugada de 16 de julho do ano passado.
Tanto a professora presa quanto a vítima mantinham relacionamento amoroso com José Romero, de 37 anos, que era gerente de pousada em Porto Murtinho. Conforme a versão de Regiane, Nathália foi dopada e morta a golpes de barra de ferro pelo homem, como "prova de amor".
Em depoimento a policiais da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), no dia 30 de agosto do ano passado, Regiane contou que brigou com Romero porque pegou o amante com Nathália. Naquele dia, ele garantiu a ela que provaria o quanto a amava.
Segundo a acusada, quem matou a servidora foi Romero. Ela alega que apenas ajudou o amante a carregar o corpo do quarto da pousada onde a vítima foi dopada e morta até uma caminhonete Chevrolet S10.
Mas, conforme a denúncia, o casal atraiu a vítima até o local e após o crime, os dois queimaram o corpo de Nathália na churrasqueira de uma casa localizada na Rua General Osório, com a finalidade de ocultá-lo. Os dois alimentaram o fogo com carvão durante toda a madrugada do dia 16.
Depois disso, ela ainda ajudou o amante a juntar os restos mortais da vítima numa caixa e colocar num latão de lixo. O colchão onde ocorreu o crime, os objetos da vítima e os restos mortais foram jogados no Rio Paraguai. Romero também está preso.