Protesto por saúde fecha fronteira entre MS e Bolívia para transporte de cargas
Com a crítica situação do sistema de saúde do lado boliviano, doentes entram em MS de forma clandestina
Protesto na Bolívia fechou o transporte de cargas entre Corumbá e o país vizinho. Até nesta quarta-feira (dia 8), essa modalidade de transporte ainda era permitida, apesar das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus.
De acordo com o Diário Corumbaense, o bloqueio por tempo indeterminado da estrada Bioceânica, em Puerto Suárez, começou à meia-noite de hoje. O fechamento também atinge a linha férrea na fronteira.
O protesto quer chamar a atenção das autoridades sobre a estrutura da saúde local, mais precisamente do hospital San Juan de Dios, em Puerto Suárez, o único que atende toda a região, incluindo Puerto Quijarro, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul.
“Tínhamos no país vizinho, exatamente na cidade de Corumbá, o atendimento no hospital, agora com a pandemia isso foi suspenso e não temos para onde levar nossos doentes, não tem condições de atender ainda mais em caso de pandemia. São 630 quilômetros do hospital mais próximo. Têm pessoas que não aguentam e infelizmente morrem na metade do caminho, nossos hospitais estão colapsados não temos como levar os doentes. Estamos 'brigando' pela vida, é um bloqueio cívico e não politico”, afirmou o presidente do Comitê Cívico de Puerto Suárez, Humberto Miglino Rau.
Com a crítica situação do sistema de saúde do lado boliviano, muitos doentes acabam entrando em território brasileiro, por trilhas clandestinas, para buscar atendimento em clínicas particulares e na Santa Casa de Corumbá.
O trânsito na fronteira entre as cidades de Corumbá, Puerto Suárez e Puerto Quijarro, na Bolívia, está fechado desde março, uma das medidas de combate ao coronavírus. Mas era permitida a passagem para os dois lados de caminhões de cargas.