Rodovias federais têm 4 trechos bloqueados parcialmente por bolsonaristas
Justiça autorizou que órgãos de segurança desbloqueassem rodovias, inclusive "mediante o emprego da força"
Após decisão da Justiça que autorizou medidas necessárias dos órgãos de segurança para desbloquear rodovias federais de Mato Grosso do Sul, inclusive "mediante o emprego da força", bolsonaristas passaram a desobstruir as vias. Os pontos de bloqueio, que chegaram a 32 em MS, na manhã desta terça-feira (1) são apenas quatro.
Esses pontos estão parcialmente bloqueados, sendo que os manifestantes se concentram no acostamento da via. São eles: BR-163 km-256 - Dourados; BR-163 km-466 - Campo Grande; BR-163 km-490 - Campo Grande e BR-163 km-550 - Bandeirantes.
As manifestações começaram ainda na noite de domingo (30) pelos bolsonaristas, inconformados com o resultado das urnas, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles chegaram a afirmar que só sairiam dos locais se o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestasse, o que não ocorreu. Mato Grosso do Sul era o segundo estado brasileiro com o maior número de interdições, perdendo apenas para Santa Catarina.
Os vídeos obtidos pela reportagem do Campo Grande News mostram que os manifestantes queimam pneus e troncos de árvores para trancar a pista. Houve muita fumaça e um dos vídeos, na cidade de São Gabriel do Oeste, mostra o céu encoberto.
Diante da situação nas rodovias de todo o Brasil, o juiz federal Daniel Chiaretti tomou a decisão que a PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Federal e “demais órgãos competentes” estavam autorizados “a adotar as medidas necessárias e suficientes ao resguardo da ordem”, “inclusive mediante o emprego da força”.
Advogado preso - O advogado Bhenhur Rodrigo Bresciani foi preso pela PRF no início da tarde desta segunda-feira (31), após tentar furar um bloqueio na BR-060, perto do posto Martinelli, em Sidrolândia, a 71 km de Campo Grande. Ele chegou a atirar contra os manifestantes.
Bhenhur declarou que o grupo quer prejudicar a direita e que foi atacado pelos manifestantes. “Estava me deslocando para Campo Grande porque tenho uma reunião importante e pedi para passar, por favor, mas eles me impediram. Eu disse que ia passar, avancei e começaram a atacar coisas no meu carro. Tentaram investir contra minha integridade física”, disse o advogado.
No relato ele afirma ainda que atirou para cima para repelir uma agressão injusta e sabe seus direitos. “Não vou aceitar ser subjugado por essas pessoas que estão aqui parados na BR atrapalhando as pessoas que são de bem, que estão trabalhando. Sou de direita, não de esquerda. Não concordo com isso. Se precisar brigar, vamos brigar, mas dentro da legalidade e com respeito. Mas não vou abaixar minha cabeça, fui atacado e agi em legitima defesa”, afirmou.